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Lagarde reconhece inflação elevada no curto prazo, mas garante um BCE pronto para agir

A presidente da autoridade monetária europeia reiterou que a inflação não mostra, até agora, efeitos de segunda ordem na economia europeia, mas garante que o BCE está atento à situação e que as taxas só subirão depois de concluído o programa de emergência pandémica de compra de ativos.
14 Fevereiro 2022, 18h09

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) reiterou esta segunda-feira que a instituição tem monitorizado a evolução da inflação na zona euro, prometendo que só avançará com subidas das taxas de juro quando estiver concluído o programa de emergência pandémica de compra de ativos e for claro que esta subida não colocará em causa a recuperação económica no Velho Continente.

Christine Lagarde discursou esta segunda-feira no Parlamento Europeu, onde voltou a reconhecer que a inflação se manterá elevada durante a primeira metade do ano, mas procurando tranquilizar os deputados.

“Mantenhamos em mente que as condições económicas na zona euro não mostram os sinais de sobreaquecimento que vemos noutras economias”, afirmou a presidente do BCE, depois de se terem adensado as críticas ao organismo de política monetária europeu, que tem resistido a subir as taxas diretoras, ao contrário do que sucede no Reino Unido e deverá acontecer em breve nos EUA.

Assim, a presidente do BCE garante que “as subidas de juros não ocorrerão antes do fim do programa de compra de ativos” e que esta só ocorrerá depois de serem cumpridas as condições definidas pelo organismo como “salvaguarda contra uma subida prematura” das taxas diretoras. O BCE tem previsto terminar este programa em março.

Lagarde ressalvou que a subida de preços no bloco da moeda única se deve sobretudo à questão energética, que se tornou agora um risco maior devido à crescente probabilidade de invasão russa da Ucrânia e subsequente agravamento das perturbações no abastecimento de gás natural aos Estados-membros da UE. Por outro lado, as perturbações logísticas que afetam inúmeros sectores “mostram sinais de abrandamento”, o que minimiza o impacto desta tensão geopolítica no leste do continente.

Ainda assim, o BCE manter-se-á atento a “como os preços mais elevados da energia se transmitem pela economia”, identificando um maior risco nos efeitos indiretos, ou seja, através da perda de poder de compra das famílias e o impacto deste fenómeno no seu consumo.

“Esta via tem, historicamente, afetado mais a economia europeia”, relembra a líder do banco central, que argumentou ainda que não se verifica, por enquanto, um aumento das expectativas salariais dos cidadãos europeus.

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