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Lagarde repete avisos de Draghi: É preciso mais investimento para estimular a economia da zona euro

Presidente do BCE optou por reforçar uma mensagem política, em detrimento de comentários sobre a política monetária da zona euro. Aos países da zona euro pede que a política orçamental, nomeadamente o investimento, acompanhe os estímulos do banco central para suportar a economia.
22 Novembro 2019, 10h17

No primeiro discurso como presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde repetiu os avisos que o antecessor deixou em final de mandato: os estímulos monetários levados a cabo por Frankfurt não são por si só suficientes para estimular a economia da zona euro e é preciso que a política orçamental também cumpra o seu papel.

“A política acomodatícia do BCE tem sido um fator essencial na procura interna durante a recuperação, e essa postura permanece em vigor. Conforme estabelecido no forward guidance do BCE, a política monetária irá continuar a suportar a economia e responder a riscos futuros, de acordo com o nosso mandato de estabilidade de preços, disse Christine Lagarde, no Congresso de Banca Europeia, em Frankfurt, esta sexta-feira, garantido que “iremos monitorizar continuamente os efeitos secundários das nossas políticas”.

“Mas é claro que a política monetária poderia atingir o seu objetivo mais rapidamente e com menos efeitos secundários se outras políticas estivessem a apoiar o crescimento”, frisou.

Naquele que foi o primeiro o discurso público desde que assumiu funções a 1 de novembro, a sucessora de Mario Draghi defendeu que um elemento-chave é “a política orçamental da zona euro”, explicando que não se referia apenas ao valor da despesa pública, mas também à sua composição.

“O investimento é uma parte particularmente importante da resposta aos desafios atuais, porque é tanto a procura de hoje quanto a oferta de amanhã”, disse, antes de realçar que os níveis de investimento na zona euro continuam abaixo dos registados antes da crise.

“Embora as necessidades de investimento sejam obviamente específicas de cada país, existe hoje um argumento transversal para o investimento num futuro comum que é mais produtivo, mais digital e mais ecológico”, afirmou.

A presidente do BCE não deixou de alertar, à semelhança dos líderes da generalidade das instituições internacionais, para o impacto que as tensões comerciais e as incertezas geopolíticas estão a ter no crescimento da comércio internacional, que colocar a expansão do PIB global no “nível mais baixo desde a crise financeira”.

“Estas incertezas provaram ser mais persistentes do que o esperado, e isso é tem claramente impacto na zona euro”, destacou, sugerindo que “a Europa precisa inovar e investir para responder a estes desafios e manter a sua competitividade”.

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