“Opilar fundamental de todas estas Jornadas tem sido e será a vereadora Laurinda Alves e o trabalho que tem feito tem sido excelente”, afirmou Carlos Moedas (PSD), referindo que a autarca independente eleita pela coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) vai continuar a trabalhar na organização da Jornada Mundial da Juventude 2023 (JMJLisboa2023).
Na reunião pública do executivo municipal, os vereadores do PS e do BE questionaram a liderança PSD/CDS-PP sobre a organização da JMJLisboa2023, nomeadamente sobre a alteração na delegação dessa competência.
Na semana passada, o presidente da câmara de Lisboa retirou o pelouro de coordenação geral de todas as atividades municipais destinadas à organização e realização da JMJLisboa2023 à vereadora Laurinda Alves e atribuiu-as ao vice-presidente, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP).
Outra das questões do PS e do BE teve a ver com o financiamento previsto nos aditamentos ao contrato-programa da empresa municipal Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana para a JMJLisboa2023, que foram aprovados na terça-feira na assembleia municipal, após nova votação, uma semana depois de terem sido chumbados, com a alteração do sentido de voto dos deputados do PSD para a viabilização das propostas.
A vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, disse que existem “preocupações que subsistem sobre esta matéria” e reiterou a necessidade de transferência nos contratos celebrados para a organização do evento.
Da vereação do PS, Pedro Cegonho destacou a importância da JMJLisboa2023, que prevê a visita de 1,4 milhões de peregrinos, realçou o desbloqueio dos instrumentos necessários para a SRU executar as obras de preparação do evento, questionou sobre a existência do pelouro neste âmbito, se “há ou não uma gestão política deste projeto na câmara” e se os prazos vão ser todos cumpridos.
Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa justificou a alteração na delegação de competências sobre a organização da JMJLisboa2023 com a formação de “uma equipa multidisciplinar”, inclusive para conseguir ter a capacidade financeira para investir no evento, uma vez que o pelouro das Finanças está sob alçada da vice-presidente.
Carlos Moedas reforçou o trabalho de equipa que está a ser feito neste âmbito, que “vai continuar a ser liderado, em termos de imagem, pela vereadora Laurinda Alves”, realçando o “trabalho extraordinário” que tem feito nos últimos nove meses e que “vai continuar a fazer”.
O autarca do PSD pediu ainda uma posição clara do Governo sobre a organização da JMJLisboa2023, destacando a importância do evento para a cidade e para o país, mas ressalvando que a Câmara de Lisboa “não é o promotor do evento”.
O social-democrata disse também que, quando tomou posse como presidente da Câmara de Lisboa, “nada tinha sido feito” sobre a JMJLisboa2023, “não havia um plano, não havia nenhum tipo de adjudicação e não havia dinheiro” para organizar o evento, acrescentando que já comunicou ao Governo o que município está disposto a fazer, acordo que apresentará ao restante executivo municipal “no princípio de setembro”.
O socialista Pedro Cegonho contestou que “não é verdade que não existia nada” preparado pelo anterior executivo, indicando que havia uma previsão de orçamento e pediu ao presidente da câmara para demonstrar “mais entusiasmo e dedicação” sobre o evento, ao que Carlos Moedas respondeu positivamente e frisou a necessidade de ajuda do Governo, nomeadamente para as torres multimédia e as estruturas das casas de banho no terreno.
Carlos Moedas assegurou que a câmara vai conseguir cumprir o previsto na organização do evento, admitindo que “os prazos são curtos”, mas, a partir de setembro, os trabalhos vão ser acelerados.
“Temos a certeza que não vamos falhar”, frisou.
No período antes da ordem do dia, o vereador do PCP João Ferreira questionou o presidente da câmara sobre o abandono do projeto da Feira Popular em Carnide, tendo o social-democrata Carlos Moedas reiterando a falta de interesse de promotores em investir nessa ideia e disse que a sua proposta de ter um espaço de equipamentos para a cidade ainda não está fechada e será discutida com o restante executivo municipal.
A vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD) adiantou que o projeto da Feira Popular “estava parado” quando o atual executivo tomou passou, porque o empreiteiro abandonou a obra e agora está “a tentar negociar para ter um valor mais alto”, referindo que o município está a tentar “desembrulhar” a situação.