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Le Pen ainda não é presidente e já reúne com bancos para discutir saída do euro

A primeira volta das eleições presidenciais em França está a aproximar-se e os bancos preparam-se para o Frexit, uma possibilidade que está em cima da mesa se Marine Le Pen chegar mesmo ao Eliseu.
24 Fevereiro 2017, 10h04

A equipa da candidata à presidência de França Marine Le Pen reuniu-se nos últimos dias com responsáveis de vários bancos de topo para discutir os planos do partido Frente Nacional em relação à Europa. Se vencer as eleições, cujas primeira e segunda voltas estão marcadas para abril e maio, Le Pen prometeu discutir um possível abandono da moeda única.

Responsáveis do partido e de instituições financeiras como BlackRock, Barclays e UBS Group AG, entre outras, estiveram reunidos para discutir o programa económico de Le Pen, incluindo planos para tirar a França do euro, avança a Bloomberg. Os encontros foram pedidos pelos próprios bancos, o que poderá significar que a possibilidade de Le Pen chegar ao Eliseu está a ser encarada com maior seriedade.

“Os especialistas vêem a possibilidade de Le Pen se tornar a próxima presidente de França e estão a preparar-se para isso”, explicou o assessor económico principal da Frente Nacional, Bernard Monot, à Bloomberg, sobre as reuniões que aconteceram em Paris, Bruxelas e Estrasburgo.

Monot acrescentou que os bancos tinham ideias pré-concebidas sobre os planos do partido, mas que foram tranquilizados. “Pensavam que queremos estragar tudo, mas dissemos: vamos honrar os compromissos de França e empenhar-nos em manter a estabilidade económica, monetária e financeira do país. Quando lhes dissemos isto, ficam tranquilos e até surpreendidos”.

A possibilidade de um Frexit não é afastada se Marine Le Pen chegar à presidência de França. A presidente da Frente Nacional já deu sinais que poderá tentar uma saída unilateral da zona euro, o que comporta riscos não só para o país, mas para toda a união. Apesar de as sondagens indicarem que Marine Le Pen pode vencer a primeira volta das eleições, mas não chegará ao Eliseu, os mercados já se preparam para os diferentes resultados possíveis.

Também o governador do Banco de França, François Villeroy, já advertiu para as consequências da saída de França da união monetária. Os custos de financiamento da dívida pública francesa podem aumentar em 30 mil milhões de euros por ano, sob a forma de juros adicionais se a França escolher deixar o euro, segundo Villeroy, que defende a permanência do país na zona euro.

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