[weglot_switcher]

Le Pen Presidente. O que acontece se a extrema-direita chegar ao Eliseu?

Este domingo, os franceses escolhem quem sucede a François Hollande no Eliseu. Se Le Pen ganhar, a Europa não só entrará em pânico, como parará por muitos meses.
  • Marine Le Pen, French National Front (FN) political party leader and candidate for French 2017 presidential election, leaves a polling booth as she votes in the first round of 2017 French presidential election at a polling station in Henin-Beaumont, northern France, April 23, 2017. REUTERS/Pascal Rossignol
6 Maio 2017, 20h14

Uma parte de França respirou de alívio na noite de 22 de Abril de 2012, quando a candidata da Frente Nacional às eleições presidenciais, Marine Le Pen, ficou fora da segunda volta – que, a 6 de maio, seria ganha por François Hollande e perdida por Nicolas Sarkozy. Mas a filha do fundador do partido de extrema-direita francesa, Jean-Marie, contabilizou 18% dos votos (ficou em terceiro lugar) e, mais importante ainda, ‘ganhou’ um passe para as eleições de 2017. A sua entrada na corrida presidencial foi fulgurante: todas as sondagens lhe davam a vitória na primeira volta e algumas até mesmo na segunda. Mas, de então para cá, a ‘onda’ foi diminuindo e Le Pen tem de manter tudo em aberto – até a hipótese de voltar a falhar a segunda volta, o que constituiria uma pesada derrota tanto para si como para o seu partido.

Marine pouco tem alterado o discurso com que se apresentou aos franceses em 2012. Mas tem agora a seu favor o Brexit: a saída dos britânicos da União Europeia, representa, como a candidata da Frente Nacional não se cansa de repetir, a coragem e a ‘insubserviência’ que os franceses têm obrigação de repetir. Neste quadro, se Le Pen ganhar, a Europa não só entrará em pânico, como parará por muitos meses, à espera de ver para que lado cai o referendo que Marine quer fazer avançar sobre a continuação dos gauleses no seio da União Europeia.

Em termos económicos, as coisas também lhe correm bem: nada do que tem dito em roda da economia de cariz nacionalista é propriamente novo, mas desde que o presidente norte-americano Donald Trump introduziu um discurso semelhante na Casa Branca, que os franceses passaram ao ouvi-la com mais atenção. Entretanto, com a ascenção de Le Pen à segunda volta, os analistas – mesmo os que estão certos da sua derrota – antevêem que a Frente Nacional acabará mesmo, de derrota em derrota, por vencer as presidenciais, possivelmente já em 2022. Mas, aos 48 anos Marine arrisca-se a que 2022 já seja longe demais: a concorrência, no partido e na família, aperta e é possível que o partido queira renovar-se.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.