O PS venceu as eleições legislativas realizadas este domingo, 30 de janeiro, conquistando a segunda maioria absoluta do partido, mesmo quando falta atribuir os quatro mandatos relativos aos círculos internacionais.
O PS obteve 41,68% dos votos e já elegeu 117 deputados, mais dois do que os necessários para garantir a maioria absoluta. Face às anteriores legislativas, em 2019, o PS ganha nove mandatos.
Em 2019, conquistou dois mandatos nos círculos internacionais, um no círculo da Europa e outro no círculo de fora da Europa.
“Depois de seis anos no exercício do cargo de primeiro-ministro e de dois anos de combate sem precedentes a uma pandemia, é como muita emoção que assumo a responsabilidade que os portugueses me confiaram”, afirmou o secretário-geral do PS, António Costa, no discurso de vitória.
Acrescentou que esta foi “uma vitória da humildade, da confiança e pela estabilidade” e prometeu que governará em diálogo.
“Uma maioria absoluta não é o poder absoluto”, sublinhou.
PSD perde Rio abre a porta para sair
O PSD foi a segunda força política mais votada, com 27,8% dos votos e 76 deputados eleitos, quando falta ainda atribuir os quatro mandatos relativos aos círculos internacionais.
Em 2019, os social-democratas conquistaram 79 mandatos, incluindo dois nos círculos internacionais, um no círculo da Europa e outro no círculo de fora da Europa.
“[Os resultados ficaram] muito longe daquilo que entendíamos que íamos ter”, afirmou o presidente do partido, Rui Rio, na intervenção em que assumiu a derrota.
Rui Rio justificou os resultados com o voto útil à esquerda, que os partidos de direita não conseguiram replicar.
“Houve um voto útil à esquerda absolutamente esmagador”, afirmou.
Com estes resultados e a expectativa de quatro anos de governo do PS, Rui Rio abriu a possibilidade de abandonar a liderança do PSD. “Havendo quatro anos de maioria absoluta, eu não consigo argumentar como é que consigo ser útil ao partido. Não vejo como posso ser útil ao partido num horizonte de quatro anos de maioria absoluta”, disse.
Entre os partidos à esquerda do PS registou-se uma erosão de votos e mandatos, com o BE a passar de terceira a quinta força política, perdendo 14 deputados, face a 2019, para cinco, enquanto a CDU perdeu metade dos deputados, para seis.
PEV e CDS-PP saem do Parlamento
Na Coligação Democrática Unitária, só o PCP conseguiu eleger deputados e o PEV deixará de estar representado na próxima Assembleia da República.
Também o CDS-PP não conseguiu eleger deputados e ficará fora do Parlamento, 47 anos depois, levando a que o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, pedisse a demissão do cargo.
“O resultado eleitoral é mau”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, acrescentando que deixou de ter condições para liderar o partido.
O CDS-PP obteve 86,5 mil votos, representando 1,61% do total. Em 2019, tinha 221 mil votos, representando 4,22% do total.
Chega em terceiro e IL em quarto
O Chega cumpriu os objetivos de se tornar a terceira força política nacional, em percentagem dos votos e no número de deputados – 12 –, e de ultrapassar a fasquia dos 7% de votação, ainda que por apenas 0,15 pontos percentuais.
O presidente do partido, André Ventura, considerou a noite eleitoral uma “grande noite”. “O Chega prometeu e cumpriu: somos a terceira força política”, afirmou, garantindo que será “a oposição em Portugal”.
A IL tornou-se a quarta força política nacional, com 4,98% dos votos e oito deputados eleitos.
“A IL será oposição firme, constante e implacável ao socialismo que há tanto tempo que nos governa”, garantiu o presidente da IL, João Cotrim de Figueiredo, quando já se antevia que teria mais de uma mão cheia de mandatos.
Em 2019, a IL conquistou 1,29% dos votos e apenas um mandato.
PAN e Livre conseguem ficar
Apesar de ver a representação parlamentar cair – tinha elegido quatro deputados, em 2019, e conquistou apenas um agora –, o PAN conseguiu manter representação parlamentar, através da sua líder, Inês Sousa Real.
O mesmo aconteceu com o Livre, que voltou a eleger um deputado, agora Rui Tavares.
Nos dois casos, foram eleitos pelo círculo de Lisboa, o maior distrito, que confia 48 mandatos e tem o mais baixo indicador de exclusão (percentagem e votos a partir da qual um partido garante a eleição de um deputado).
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