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Leilões para a energia eólica offshore em Portugal? EDP admite analisar

A companhia já conta com uma central eólica marítima flutuante na costa portuguesa, com 25 megawatts, o único projeto deste tipo em Portugal. Miguel Stilwell de Andrade admite analisar leilões se Governo avançar. A Europa conta com mais de 22 gigawatts instalados nas costas de vários países.
26 Fevereiro 2021, 18h15

O grupo EDP admite estudar os leilões para a energia eólica marítima (offshore) em Portugal, se o Governo decidir incluir esta tecnologia nos próximos leilões de energias renováveis.

A EDP conta com uma central eólica marítima em Portugal, a Windfloat Atlantic de tecnologia flutuante, ao largo da costa de Viana do Castelo com uma potência instalada de 25 megawatts. Esta é a única central eólica marítima no mar português com o país a estar ainda longe dos gigawatts já construídos nas águas europeias.

A Europa conta agora com mais de 22 gigawatts de capacidade eólica marítima, segundo contas da Wind Europe. Só no Reino Unido foram instalados 1.700 megawatts em 2019, seguido da Alemanha com 1.100 MW, a Dinamarca com 374 MW e a Bélgica com 370 MW.

Por cá, o grupo EDP acredita que um regime de leilões pode funcionar para impulsionar esta tecnologia na costa portuguesa.

“Relativamente a Portugal, se quiserem montar um sistema de leilões, iremos analisar, obviamente. O sistema de leilões pode funcionar. Obviamente que não depende de nós, depende do Governo”, disse o presidente executivo da EDP em conferência de imprensa na quinta-feira, 26 de fevereiro, no dia em que a empresa apresentou o seu plano estratégico até 2025.

“Algumas geografias estão a montar sistemas de leilões de offshore que incluem, quer o offshore mais tradicional, fixado ao fundo do mar, quer este flutuante, que seria o que teríamos aqui em Portugal porque temos uma costa que fica muito profunda muito rapidamente. Ou temos flutuante, ou dificilmente temos condições para instalar o sistema offshore em Portugal”, analisou Miguel Stilwell de Andrade.

“O sistema de leilões funciona bem, é um sistema que defendemos porque permite ter alguma previsibilidade quando fazemos o investimento. Estamos a ver eólica offshore no Reino Unido, fala-se nisso para a Califórnia, também para o Japão e Coreia do Sul, que são algumas das geografias que estamos a analisar”, segundo o gestor.

Até 2025, 900 megawatts dos 20 gigawatts de potência que a EDP vai instalar (5% do total) corresponde a energia eólica marítima.

A companhia já conta com 500 megawatts de potência eólica offshore instalada: na costa da Bélgica conta com a central SeaMade com 487 megawatts, e em Portugal conta com a central eólica flutuante de 25 MW.

Em 2022, vai entrar em operação a central de Moray East na costa britânica com 950 MW.

Em desenvolvimento, a companhia conta com mais de 5 gigawatts de potência em centrais em França, Reino Unidos, Estados Unidos, França, Polónia e Coreia do Sul.

A empresa aponta que já tem visibilidade sobre 6,6 gigawatts de potência eólica offshore (centrais construídas, em construção ou já em desenvolvimento).

A elétrica portuguesa está inserida num consórcio com os franceses da Engie com o objetivo de desenvolver energia eólica marítima em todo o mundo.

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