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Lesados do Banif protestam por um “tratamento igual” ao dos lesados do BES

Os manifestantes consideram que a administração do Santander, que comprou o extinto Banif, se esqueceu dos clientes e que a resolução encontrada para o banco trouxe uma “alteração das cláusulas contratuais das suas contas”.
  • Pedro Nunes/Reuters
20 Março 2017, 09h47

Cerca de meia dúzia de lesados do Banif estão esta segunda-feira concentrados e protesto em frente às instalações do banco Santander, junto à Praça de Espanha, em Lisboa, para exigir um “tratamento de igualdade” em relação aos lesados do BES. Os manifestantes consideram que a administração do Santander, que comprou o extinto Banif, se esqueceu dos clientes e que a resolução encontrada para o banco trouxe uma “alteração das cláusulas contratuais das suas contas”.

“Queremos mostrar ao Santander que, além de lesados do Banif, somos lesados do Santander”, explica Jacinto Silva, presidente da Alboa, a organização a que os lesados estão associados, em declarações à RTP. “Na resolução, o banco comprou a franquia comercial do Banif e transferiu unilateralmente, sem autorização, os clientes do Banif para o Santander. Com essa transferência alterou as situações de crédito, algumas delas feitas com créditos concedidos pelo Banif para os próprios funcionários e alguns subscritores comprarem os produtos que o Banif vendeu”.

Os manifestantes estão acorrentados à letras gigantes que identificam as instalações, junto ao edíficio do Santander, em Lisboa, e vestem camisolas pretas, em sinal de protesto e luto. No viaduto ali próximo está pendurado um boneco, a simbolizar um enforcamento, e podem ver-se vários cartazes com as palavras de ordem: “Retirem o vosso dinheiro, o Santander Totta é espanhol” e “A resolução do Banif é igual à segunda invasão espanhola”.

Os lesados do Banif dizem não ter sido contactados pelo Santander desde a compra o Banif há mais de um ano. Na semana passada, terão recebido uma carta do Santander, em tom “desapropriado e ameaçador”, em que lhes é pedido que não usem “o nome, marca e imagem” do banco nas suas comunicações. O banco espanhol argumenta que as pessoas que adquiriram produtos junto do Banif não sofreram nenhuma “lesão” por parte do Santander Totta, pelo que não podem autointitular-se como “lesados do Banif”.

Os manifestantes pedem, no entanto, para que a situação do ex-Banco Internacional do Funchal seja discutida entre as várias partes, tal como aconteceu com o Novo Banco no caso do BES, para que possa ser encontrada a melhor solução para o problema. O protesto não tem hora prevista para terminar.

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