Líder do Bloco de Esquerda diz que preço da habitação põe “todas as gerações à rasca”

Para a líder bloquista, trata-se de um problema que tanto afeta os mais novos, “que não conseguem sair de casa”, como os mais velhos, quando precisam de uma “casa adaptada” às suas novas necessidades.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) afirmou que o problema da habitação está a deixar “todas as gerações à rasca”, sublinhando que o preço de uma casa ou de uma renda “torna tudo um drama”.

“Quando olhamos para a habitação, estão todas as gerações à rasca”, referiu Catarina Martins esta sexta-feira em Braga, num jantar comemorativo dos 24 anos do partido.

Para a líder bloquista, trata-se de um problema que tanto afeta os mais novos, “que não conseguem sair de casa”, como os mais velhos, quando precisam de uma “casa adaptada” às suas novas necessidades.

Catarina Martins disse que, com o preço da habitação, até uma separação entre um casal se tornou um “drama”. “O preço da habitação torna tudo um drama”, reiterou.

Por isso, apelou à forte adesão na manifestação pelo direito à habitação marcada para 01 de abril.

“Porque o direito à habitação não pode ser uma mentira e porque as mentiras que o Governo tem contado não resolvem nenhum dos problemas da habitação”, referiu.

Catarina Martins disse que há um “mal-estar imenso” dos portugueses em relação ao Governo e à situação do país, apontando como exemplo a greve geral da função pública, que decorreu na sexta-feira.

“Esta greve é também a expressão deste mal-estar imenso com o país, com uma maioria absoluta do Partido Socialista que todos os dias diz que está tudo bem, ou que vai estar tudo bem, e só deixa os problemas acumularem-se e nunca resolve absolutamente nada”, referiu.

Para Catarina Martins, o aumento em “quase 30%” do preço do cabaz dos bens essenciais faz com que ir ao supermercado seja “um exercício de obstáculos, para tentar perceber o que é que se pode comprar”.

A líder bloquista disse que todas as promessas e palavras do Governo sobre salários e inflação “ruíram”. E, avisou, a inflação constitui “um duplo assalto”.

“Assalto ao salário de quem trabalha, porque está a pagar o que não deve por aquilo de que precisa. E assalto também ao país porque tira de cá o dinheiro, a riqueza que é produzida por quem trabalha, que vai para um qualquer ‘offshore’ e não pagará a escola, a justiça, o hospital, o centro de saúde, aquilo que é fundamental ao nosso Estado, a nossa democracia e que é a razão por que trabalhamos e pagamos impostos”, rematou.

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