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Líder do CDS defende apoio a Marcelo Rebelo de Sousa para evitar “tentativas de venezuelização do regime”

Francisco Rodrigues dos Santos iniciou trabalhos do Conselho Nacional do CDS, que estão a decorrer por via digital, com um elogio às qualidades do atual Presidente da República. Mas sem esquecer o objetivo de construir uma alternativa de centro-direita num contexto de “declínio do ciclo do PS”.
12 Dezembro 2020, 14h05

O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, iniciou o Conselho Nacional do partido, que está a decorrer neste sábado através de plataformas digitais, com uma defesa do apoio à candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, apresentando o atual chefe de Estado como o “político mais bem preparado” para garantir que não haja uma “provocação artificial de eleições” para tentar impedir a “construção de uma alternativa política” de centro-direita e direita num contexto de “declínio do ciclo do PS em Portugal”.

“O CDS tem todo o interesse em que exista um Presidente da República com uma votação suficientemente clara que lhe permita ter a força necessária para arbitrar o sistema político, evitando a provocação artificial de eleições para benefício eleitoral exclusivo da esquerda e eventuais tentativas de venezuelização do regime”, disse Rodrigues dos Santos, que se encontra em isolamento profilático devido à infeção com Covid-19 do secretário-geral dos centristas, Francisco Tavares.

Apelando à concentração do máximo de votos do centro-direita e direita em Marcelo, mesmo sem se referir às candidaturas de André Ventura e Tiago Mayan Gonçalves, o líder do CDS disse aos 200 conselheiros que estão a participar na reunião extraordinária que “a História ensina-nos que um Presidente da nossa área política ou é eleito à primeira volta, também ao centro, ou não consegue ganhar eleições”. Assim sucedeu com Cavaco Silva e com o próprio Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto 0 já falecido ex-presidente centrista Diogo Freitas do Amaral foi o vencedor destacada da primeira volta das presidenciais de 1986 mas acabou derrotado por Mário Soares na segunda volta.

Elogio aos vetos do primeiro mandato

Francisco Rodrigues dos Santos também se referiu elogiosamente à atuação do atual chefe de Estado ao longo dos últimos cinco anos, destacando que Marcelo Rebelo de Sousa vetou quase tantos diplomas quanto Cavaco Silva ao longo de uma década no Palácio de Belém (23, contra 25 do antigo primeiro-ministro e Presidente da República).

“Esses vetos foram aplaudidos pelo CDS e traduzem uma visão do exercício da Presidência da República com a qual nos identificamos plenamente”, disse o líder centrista, enumerando os vetos à Lei de Mudança de Género, à Lei da Gestação de Substituição, à Lei de Bases da Saúde e à Lei da Nacionalidade, bem como às alterações à Lei do Financiamento dos Partidos, “quando a ela o CDS se opunha sozinho e era acusado de demagogo pelos demais partidos”.

Igualmente realçada na intervenção que abriu o Conselho Nacional foi o recente veto às alterações ao Código de Contratação Pública, dando “um sinal claro de que a não recondução do presidente do Tribunal de Contas pelo Presidente da República não significou uma menor exigência da Presidência no controlo do gasto de dinheiros públicos”.

Outras qualidades apresentadas como motivos para renovar o apoio concedido pelo CDS em 2015 incluem a capacidade de “unir todo o país”, bem como a crença na democracia liberal, “nos valores do humanismo personalista, nos valores cristãos e ocidentais que nos distinguem enquanto nação antiga, livre e soberana”.

Apesar de admitir aquilo a que chamou “flexibilidade táctica” do atual Presidente da República, Rodrigues dos Santos garantiu que “nas questões fundamentais que para ele são relevantes é não só uma pessoa previsível como uma pessoa confiável”, apontando Marcelo Rebelo de Sousa como o “verdadeiro pilar moral e afetivo da nação” em momentos como os incêndios florestais em Pedrógão Grande ou a “declaração atempada do estado de emergência” no início da pandemia de Covid-19.

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