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“Linha de alta velocidade Lisboa-Porto encolhe o país”, diz Pedro Nuno Santos

Na sessão de encerramento das ‘Portugal Railway Summit 2021’, o ministro das Infraestruturas garantiu que esta linha será a espinha dorsal da futura rede ferroviária nacional e que terá vários pontos de ligação à linha do Norte e à linha do Oeste.
  • Pedro Nuno Santos
3 Fevereiro 2021, 17h01

A linha de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e o Porto é uma das prioridades do atual Governo em termos de investimentos estratégicos em infraestruturas no país e, segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, vai revolucionar a estrutura do território nacional.

“Porquê a linha Porto – Lisboa? Porque esta é a linha de comboio que muda a face do país”, assegurou esta quarta-feira, dia 3 de fevereiro, Pedro Nuno Santos, na sua intervenção de encerramento da ‘Portugal Railway Summit 2021’, que está a decorrer desde ontem em versão virtual.

De acordo com o governante, o investimento nesta nova linha ferroviária, avaliado em cerca de 4.500 milhões de euros, traz múltiplos benefícios.

“Não é só reduzir o tempo de viagem entre o Porto e Lisboa para 1h15. É colocar Leiria a 35 minutos de Lisboa, Coimbra a 35 minutos do Porto, Braga a duas horas de Lisboa. Todo o território que se encontra ao longo da faixa Atlântica fica, no máximo, a um par de horas”, assinalou o ministro das Infraestruturas.

Pedro Nuno Santos considera mesmo que este projeto ferroviário “é uma revolução na estrutura do território e no tipo de relações pessoais, familiares e económicas que se podem estabelecer”.

“Também muda completamente a nossa capacidade de afirmação. O país passa a ter uma metrópole de escala europeia, com cerca de oito milhões de pessoas”, salientou.

Pedro Nuno Santos adiantou que está também previsto estender este eixo de alta velocidade entre as duas principais cidades do país para Norte, até à Galiza.

“Mas este não é um investimento só no litoral. Todas as ligações ferroviárias ao interior estão ligadas ao eixo litoral. É por essa razão que estamos, com a IP [Infraestruturas de Portugal], a desenvolver este projeto com vários pontos de ligação à linha do Norte e à linha do Oeste. Isto permitirá, por exemplo, que um Intercidades da Guarda para Lisboa possa usar a nova linha a sul de Coimbra e, assim, retirar 40 minutos ao seu tempo de viagem”, revelou o ministro das Infraestruturas.

Para Pedro Nuno Santos, esta “é uma linha que encolhe o país e, por isso, ela é estruturante para a nossa rede ferroviária”.

“Por essa razão, ela formará a espinha dorsal da rede ferroviária do futuro. Essa rede é a que irá surgir no Plano Ferroviário Nacional”, garantiu o governante.

O ministro das Infraestruturas relembrou que, além da linha de alta velocidade entre Lisboa e o Porto, cuja fase de implementação está programada para o período entre 2021 e 2030, existem mais outras duas prioridades ou eixos fundamentais de atuação no âmbito do Programa Nacional de Investimentos para o desenvolvimento da rede ferroviária na próxima década: concluir a eletrificação e modernização de toda a rede e resolver os estrangulamentos nas áreas metropolitanas.

Sobre o Plano Ferroviário Nacional, Pedro Nuno Santos disse que “vai ser o pretexto para pormos o país todo a falar de ferrovia durante, pelo menos, um ano”.

“Queremos olhar para o país, ouvir quem vive nele, quem trabalha, quem faz negócios e depende de um transporte fiável, rápido e acessível. Queremos planear uma rede, não só de infraestruturas, mas de serviços que cubra o território e que se torne o modo preferencial de deslocação para as pessoas, estejam elas em trabalho, em férias, para visitar um familiar ou só pelo prazer de andar de comboio”, prometeu o ministro das Infraestruturas.

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