Erdoğan tem tentando salvaguardar o valor da lira à luz da também conturbada situação política que o país atravessou nos últimos meses, e que veio suceder a uma situação financeira já tensa depois de um sismo que fez tremer também as balanças do Estado. Por um lado, o presidente tentou criar incentivos para a troca da moeda e obrigou o banco central turco a desfazer-se de reservas de moedas estrangeiras.
Contudo, é nos juros diretores que as atenções estão centradas: Erdoğan manteve-se em contraciclo face às restantes economias mundiais ao optar por manter as taxas de juro em valores muito reduzidos. É a sua crença que o crescimento económico só se dá com juros diretores baixos.
Agora reeleito na segunda volta de 28 de maio, o presidente nomeou Simsek para a tutela financeira. O novo ministro toma posse a dizer que a Turquia “não tem outra opção se não a de regressar a uma base racional”. Quer isto dizer, a seu ver, que a economia turca deve ser “baseada em regras, e previsível”, algo que diz ser crucial “para alcançar a prosperidade desejada”.
As palavras ecoaram na mente dos analistas, que entendem as afirmação do novo ministro como um sinal claro de uma possível subida dos juros diretores. O banco central poderá decidir nesse sentido ainda antes da reunião de política monetária agendada para 22 de junho.