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Lira turca tomba com nomeação de novo ministro de Erdoğan

A moeda turca tombou para os 23,19 dólares depois de Recep Tayyip Erdoğan ter apontado Mehmet Simsek como ministro das Finanças. Analistas entendem nomeação como uma mudança de rumo na política monetária.
8 Junho 2023, 18h13

Continuam a sentir-se os efeitos da recondução de Recep Tayyip Erdoğan na presidência turca. O chefe de Estado do país nomeou Mehmet Simsek como ministro das Finanças e, em resposta, a lira tombou para os 23,19 dólares. Os analistas entendem a nomeação como um sinal de mudança na política monetária.

A moeda turca atinge assim mínimos históricos face ao dólar, a cair 0,8%, e não chegava perto dos 23,19 dólares desde 2021, quando a atribulada política económica do presidente turco surtiu efeitos nos mercados cambiais.

Erdoğan tem tentando salvaguardar o valor da lira à luz da também conturbada situação política que o país atravessou nos últimos meses, e que veio suceder a uma situação financeira já tensa depois de um sismo que fez tremer também as balanças do Estado. Por um lado, o presidente tentou criar incentivos para a troca da moeda e obrigou o banco central turco a desfazer-se de reservas de moedas estrangeiras.

Contudo, é nos juros diretores que as atenções estão centradas: Erdoğan manteve-se em contraciclo face às restantes economias mundiais ao optar por manter as taxas de juro em valores muito reduzidos. É a sua crença que o crescimento económico só se dá com juros diretores baixos.

Agora reeleito na segunda volta de 28 de maio, o presidente nomeou Simsek para a tutela financeira. O novo ministro toma posse a dizer que a Turquia “não tem outra opção se não a de regressar a uma base racional”. Quer isto dizer, a seu ver, que a economia turca deve ser “baseada em regras, e previsível”, algo que diz ser crucial “para alcançar a prosperidade desejada”.

As palavras ecoaram na mente dos analistas, que entendem as afirmação do novo ministro como um sinal claro de uma possível subida dos juros diretores. O banco central poderá decidir nesse sentido ainda antes da reunião de política monetária agendada para 22 de junho.

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