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Lisboa em 57º lugar entre 100 no ranking das cidades mais sustentáveis do mundo

Madrid e Barcelona encontram-se entre as 50 cidades mais sustentáveis do mundo, concretamente na posição 28 e 49, respetivamente e Lisboa situa-se na posição 57 no ranking de 100 cidades. Mas é Oslo, Estocolmo e Tóquio que encabeçam o índice das Cidades Sustentáveis 2022.
14 Junho 2022, 13h21

A Arcadis publica hoje o seu Índice de Cidades Sustentáveis 2022 (SCI), que avalia a sustentabilidade global em 100 cidades ao redor do mundo.

A empresa de consultoria diz que Madrid e Barcelona encontram-se entre as 50 cidades mais sustentáveis do mundo, concretamente na posição 28 e 49, respetivamente e que Lisboa situa-se na posição 57 no ranking de 100 cidades.

Mas é Oslo, Estocolmo e Tóquio que encabeçam o índice das Cidades Sustentáveis 2022, onde também se encontram no ‘top 10’ outras capitais europeias como Copenhaga, Berlim e Londres, seguidas de Seattle, Paris, São Francisco e Amesterdão. Estas são 10 cidades que lideram o ranking de sustentabilidade (e que inclui os três pilares analisados).

O Arcadis Sustainable Cities Index 2022 classifica as cidades com base nos três pilares da sustentabilidade: Pessoas (social), Planeta (environment) e Lucro (economic).

“Os três pilares, compostos por 26 indicadores e 51 métricas diferentes, indicam a prosperidade global e refletem os muitos serviços e resultados inter-relacionados que, as cidades precisam considerar para atingir as suas metas de sustentabilidade”, refere o comunicado.

“O estudo também apresenta os vários pontos fortes e fracos das cidades em redor do mundo, para simplificar os complexos fatores que contribuem para a experiência urbana global”, avança a mesma nota.

No que diz respeito às pessoas, “mede-se a qualidade da infraestrutura social, incluindo a qualidade de vida e os aspetos relacionados com a saúde, educação, criminalidade, infraestrutura de transportes e a banda larga”. Aqui, Glasgow, na Escócia, é a cidade com melhor classificação, segue-se Zurich; Copenhagen; Seoul e Singapura. Madrid ocupa a 9ª posição em todo o ranking de 100 cidades.

Lisboa aparece em 56º lugar no ranking da qualidade de vida das pessoas. Nos últimos 10 lugares nesta categoria surgem, por esta ordem, Nova Deli; Lima; Karachi (Paquistão); Cape Town (África do Sul); São Paulo (Brasil); Kinshasa (República Democrática do Congo); Rio de Janeiro; Manila;  Nairobi (Quénia); Joanesburgo (África do Sul) e Lago (Nigéria) em 100º lugar. A criminalidade terá tido um peso importante nesta classificação.

Na secção Planeta (ambiente), “avalia-se a qualidade dos fatores ambientais de uma cidade para se tornar mais resiliente às alterações climáticas, como a poluição do ar, os espaços verdes, a gestão de resíduos, o consumo de energia, as emissões de gases de efeito estufa, as energias renováveis e o transporte sustentável, entre outros fatores”, diz a Arcadis.

Oslo, capital da Noruega, é aqui a cidade do mundo que recebe a melhor pontuação. Barcelona ocupa a 17ª posição e Lisboa a 24ª.

Depois de Oslo, surge em segundo lugar Paris; depois Estocolmo; depois Copenhagen; Berlim e Londres (em 6º).

A título de curiosidade, neste ranking Joanesburgo, Kinshasa e Nova Deli, estão, por esta ordem, em último lugar.

O relatório fala da dicotomia lucros versus sustentabilidade. “Não há muito tempo atrás, prosperidade era sinónimo de lucro, muitas vezes usado para refletir a vitalidade económica de uma cidade ou mercado. Essa definição evoluiu agora, mas isso não significa que o lucro tenha perdido o seu papel na prosperidade de uma cidade. Sem negócios fortes e sustentáveis e uma abundância de empregos ligados a uma economia futura alinhada a zero emissões líquidas, a prosperidade de uma cidade pode ser apenas passageira”, defende a Arcadis.

Quando se trata de lucros, a qualidade da economia de uma cidade, ambiente de negócios e infraestrutura, acessibilidade, desenvolvimento económico ou emprego são medidos, e Seattle é líder nesse aspecto.

Aliás neste ranking dos lucros as 19 primeiras cidades são todos dos Estados Unidos. Em 20º surge depois Tóquio.

Seattle; Atlanta; Boston; San Francisco; Pittsburgh; Tampa; Dallas; Chicago; Baltimore; Miami; Denver; Detroit; Houston; New York; Washington DC; Philadelphia; New Orleans; Phoenix e Los Angeles, resgataram os primeiros 19 lugares.

Madrid surge em 48º lugar e Lisboa em 66º lugar no pilar dos lucros.

O relatório destaca que, embora as dez primeiras cidades mais sustentáveis, tenham alcançado as pontuações combinadas (dos três pilares) mais altas, nenhuma cidade está entre as dez primeiras em todos os três pilares do relatório. Isto é, umas estão nas dez primeiras num pilar, outras noutro e outras ainda noutro. “Isso indica que a excelência em uma única categoria não é suficiente para a prosperidade de longo prazo. À medida que as cidades correm para cumprir os seus compromissos do Acordo de Paris até 2030, dar valor igual a todos os três pilares proporcionará os melhores resultados”, diz o estudo.

“Cada cidade é única, com a sua própria mistura de pontos fortes e fracos”, diz o diretor de Cidades Globais da Arcadis, John Batten. “Não existe uma solução única que possa levar uma cidade a ser sustentável. Ter um responsável pela sustentabilidade e uma rede de carregamento de veículos elétricos claramente ajuda, mas há outros desafios interconectados, como acessibilidade a habitação e igualdade de renda, que as cidades devem enfrentar para ter um progresso duradouro”, acrescenta.

A edição de 2022 do Índice de Cidades Sustentáveis da Arcadis é o quinto relatório da Arcadis desde 2015 e adota uma visão holística da sustentabilidade, destacando os desafios que as cidades enfrentam, à luz da urgente mudança climática, inflação rápida e o aumento do custo de vida.

Para estabelecer a classificação global das cidades, a exposição ambiental a desastres naturais, a acessibilidade da habitação e a conciliação entre a vida profissional e privada foram identificados como dados-chave, diz a consultora.

“Os custos crescentes afetaram cidades em todo o mundo e é importante notar que muitas cidades já estão num ponto de inflexão”, explica Batten. “O nosso estudo mostrou que muitas cidades estão rapidamente a tornar-se, ou já são, inacessíveis. Uma cidade que só gera lucro não é sustentável se seus cidadãos são excluídos por causa dos preços”.

O relatório alerta as cidades contra o lucro que produz um custo de vida proibitivamente alto, sem levar em consideração as suas necessidades mais amplas.

“Nesse sentido, destaca-se que diferenças de riqueza exacerbadas podem aumentar a desigualdade das rendas, a falta de acesso à habitação e ao desemprego, como se pode observar em cidades como São Francisco, Miami ou São Paulo”, refere a Arcadiz.

“Pelo contrário, aquelas cidades que reinvestem seus lucros em serviços e políticas sociais e em ações ambientais que melhoram a qualidade de vida dos cidadãos, como Estocolmo, Tóquio e Amsterdão, podem estar no caminho certo para a sustentabilidade de longo prazo. Podemos, portanto, concluir que sustentabilidade é sinónimo de prosperidade urbana”, adianta ainda a consultora.

A Arcadis não inclui na análise nenhuma cidade russa. “As cidades incluídas neste estudo foram escolhidas para fornecer uma visão geral do ambiente urbano global, sua cobertura geográfica, níveis de desenvolvimento económico, previsões de crescimento futuro e desafios de sustentabilidade. Os indicadores foram avaliados por especialistas da Arcadis na área e os parâmetros foram selecionados com base nas informações disponíveis para todas as cidades e na credibilidade das fontes”, explica a consultora.

 

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