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Lisboa quer poupar 75% de água potável com nova rede de água reciclada

Até 2025, a CML antecipa uma redução de 6 milhões de metros cúbicos de água potável através do maior uso de água não potável para lavar ruas, regar espaços verdes ou para uso industriais.
1 Outubro 2019, 12h00

No dia em que se celebre o Dia  Nacional da Água, relembramos umas das medidas da autarquia de Lisboa de querer poupar mais através do maior uso de água reciclada. A partir de hoje, a água utilizada e distribuída nos espaços públicos em Lisboa vai ser reciclada. Esta será destinada à lavagem de ruas, rega dos espaços verdes, uso industriais, uso recreativo e ambiental e na alimentação de espelhos de água.

“Com este  novo projeto passamos a poupar água potável e passamos a usar água que à saída das ETAR [Estações de Tratamento de Águas Residuais], invés de seguir o seu rumo normal, volta a reentrar no sistema e é reutilizada para fins que não exigem água potável”, anunciou Fernando Medina.  O presidente da Câmara da Lisboa (CML) apresentou a 8 de julho, ao lado do presidente das Águas do Tejo Atlântico António Frazão o novo plano para a distribuição de água reciclada para usos não potáveis na capital.

Esta nova rede de águas foi feita em colaboração com as Águas do Tejo e Atlântico e têm o nome de “Água+”. Aos jornalistas, Fernando Medina revelou que a elaboração do plano começou há dois anos e que este ano já começaram a instalar a nova tubagem. “Vamos passar a ver na cidade uma rede de hidrantes de água cor fuchsia num raio de 55 quilómetros de extensão”, explicou. “Estamos a falar de água reciclada, Água+”.

A concretização do plano está dividida em três fases, sendo que a primeira (2019-2020) abrangerá as zonas da Praça de Espanha, Parque Eduardo VII, Cidade Universitária, Santos, Cais do Sodré, Terreiro do Paço, Campo das Cebolas, Bairro Alto, Vale de Chelas e Parque Tejo.

A segunda fase (2021-2022) abrangerá também o Campo Pequeno, Campolide, Largo de Camões, Avenida da Liberdade, Avenida Almirante Reis, Vale do Silêncio, espaços verdes da freguesia dos Olivais e Chelas.

Por fim, a terceira fase deste plano (2022-2025) expandirá a utilização de água reutilizada para a Estrela, Príncipe Real, Belém, Ajuda, Benfica, Campo Grande, Quinta das Conchas, Carnide/Feira Popular, Bela Vista e Cabo Ruivo.

Com esta nova medida, Fernando Medina e a administração das Águas do Tejo Atlântico prevêem uma poupança de 6 milhões de metros cúbicos de litros de água numa altura em que cada vez mais esse recurso é preservado devido às alterações climáticas. “Vamos conseguir uma redução de 75% dos consumos da Câmara de água potável e ter um envolvimento de grandes utilizadores privados que hoje utilizam água potável para fins que podem ser atingidos com água reciclada”, frisou.

De acordo com Fernando Medina, a CML tem apostado fortemente na redução do consumo de água, sendo que em 2014 tinha gasto 8 milhões de metros cúbicos (15% do total de água consumida) e em 2018 reduziu para 4 milhões de m3 (7% do total da água consumida). Para este novo projeto foram investidos 16 milhões de euros para a instalação desta nova rede que decorrerá nos próximos anos.

Este plano estratégico da reutilização das água em Lisboa é uma das medidas do no plano de ação do Lisboa Capital Verde Europeia, no qual a capital portuguesa foi eleita pela Comissão Europeia para ser para ser palco de várias iniciativas e projetos a decorrer em 2020.

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