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Livro: “Metrópoles”

O historiador Ben Wilson traça a evolução da cidade, a maior criação da civilização, desde a primeva Uruk, com mais de 7000 anos, a Lagos, já no século XXI, a maior das cidades da Nigéria e sua antiga capital.
12 Fevereiro 2022, 11h52

“[Em 1494] Lisboa revelava uma sensualidade e um exotismo que não podiam ser encontrados noutras cidades europeias. Pouco depois da visita de [Hieronymus] Münzer, um ousado estilo arquitetónico transformou ainda mais a cidade. O estilo ornado, conhecido como Manuelino, que ainda pode ser apreciado na Torre de Belém e no Mosteiro dos Jerónimos, é emblemático de tudo o que Lisboa assimilou de todo o globo.”

 

 

As cidades são um dos maiores feitos da Humanidade e, nos vários milénios da nossa existência, nada nos moldou mais profundamente do que a cidade. Em “Metrópoles. A história da cidade, a maior criação da civilização”, o historiador Ben Wilson traça a sua evolução, desde a primeva Uruk, com mais de 7000 anos, a Lagos, já no século XXI, a maior das cidades da Nigéria e sua antiga capital. O que justifica a sua criação e, hoje mais do que nunca, o seu crescimento? Para compreender a sua génese e a sua transformação em megalópoles, o autor viajou pelo mundo, tendo visitado inúmeras bibliotecas.

Dessas primeiras versões com milénios às megalópoles atuais, a história da cidade é a história da civilização. Iniciando o seu relato em Uruk, Ben Wilson revela-nos que as cidades nunca foram uma necessidade, mas que, a partir do momento em que surgiram, a pressão que geraram deu origem à maior parte das revoluções políticas, sociais, comerciais, científicas e artísticas que conhecemos.

São estes momentos transformadores e definidores de épocas que nos guiam numa viagem emocionante pelas metrópoles que tiveram um papel decisivo na História, como Atenas, Alexandria, Roma, Bagdade, Veneza, Lisboa, Amesterdão, Londres, Nova Iorque, Xangai ou Lagos.

Repleto de figuras históricas e retratos da vida quotidiana, “Metrópoles”, editado pela Desassossego, é uma grande viagem pelas conquistas humanas que combina de forma exemplar academismo e narrativa histórica, incluindo referências que vão da pintura ou o cinema – para Wilson, as imagens das ruas e dos cafés de Paris da cineasta francesa Agnès Varda fazem lembrar as telas de Manet – à literatura – por exemplo, o retrato dos subúrbios asfixiantes em “Revolutionary Road”, de Richard Yates – e à música pop – “Suburbia”, dos Pet Shop Boys, sobre o mesmo tema.

O autor nasceu em Londres, em 1980, e estudou no Pembroke College, em Cambridge, onde se formou em História. Foi consultor em vários programas de televisão sobre História e marcou presença na televisão e rádio nos Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda. Colaborou com “The Spectator”, “The Literary Review”, “The Independent on Sunday”, “The Scotsman”, “Men’s Health”, “The Guardian” e “GQ”.

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