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Lloyds compra negócio de cartões ao Bank of America por 2,26 mil milhões

É a primeira aquisição do banco desde que é liderado pelo português António Horta Osório.
  • Luke MacGregor/Bloomberg
20 Dezembro 2016, 11h35

O Lloyds Banking Group anunciou hoje que chegou a acordo para adquirir a MBNA, uma sociedade especializada no negócio de cartões de crédito da FIA Jersey Holdings Limited, subsidiária integral do Bank of America no Reino Unido.

“Esta aquisição é consistente com as ambições estratégicas do Grupo de crescer em Consumer Finance (crédito ao consumo),” disse o Lloyds, em comunicado. Adiantou que permitirá ao Grupo melhorar sua quota de mercado em 11 pontos percentuais, passando a dominar 26% do principal mercado de cartões de crédito do Reino Unido.

Antes da aquisição a quota de mercado do Lloyds nos cartões era de 15%.

O negócio da MBNA adquirido pelo Lloyds, que compreende ativos brutos de 7 mil milhões de libras (8,34 mil milhões de euros), deverá proporcionar fortes retornos financeiros e criar um valor significativo para os acionistas, refere a instituição.

A transação está prevista concluir até o final do primeiro semestre de 2017, sujeito à recepção do pedido de aquisição pela autoridade da concorrência e da aprovação regulamentar.

O Lloyds espera com esta aquisição obter um retorno do Investimento que exceda o custo do capital no primeiro ano e que essa taxa de retorno do investimento aumente para cerca de 17% no segundo ano completo após a aquisição.

O banco liderado por António Horta Osório prevê também um aumento do EPS (resultados por ação) depois da aquisição de cerca de 3% e 5% no primeiro e segundo anos completos após a aquisição.

A aquisição trará um aumento de 650 milhões de libras (774,4 milhões de euros) por ano (cerca de 4%) às receitas do Grupo bancário e aumentará a margem financeira líquida (juros) em cerca de 10 pontos base por ano.

O Lloyds diz que há também uma oportunidade significativa de obter sinergias de custos, esperadas em cerca de 100 milhões de libras (119 milhões de euros) por ano, durante dois 2 anos, representando cerca de 30% da base de custos da MBNA em 2015.

No primeiro semestre de 2016, os ativos brutos adquiridos renderam lucros pós-impostos de 123 milhões de libras (no ano de 2015 esses lucros ‘post-tax’ tinham sido de  166 milhões de libras). Esses activos estão a ser adquiridos por uma contrapartida em dinheiro de 1,9 mil milhões de libras (2,26 mil milhões de euros).

O preço de compra inclui cerca de 0,8 mil milhões de libras de capital adquirido e assume 240 milhões de libras esterlinas para futuros sinistros com PPI (Seguro de protecção de pagamento) com a exposição do Grupo ao passivo PPI limitada a este montante.

O Lloyds afirma ter uma estratégia multi-marca e diz que a marca MBNA será mantida.
A aquisição é financiada através de geração de capital orgânico e atualmente é esperado que consuma aproximadamente 80 pontos base do rácio de capital Common Equity Tier 1, (CET1).

Mas o banco diz que esta aquisição aumentará ainda mais os ganhos futuros e a geração de capital.

O Lloyds Bank reafirma a forte geração de capital e o resultado disso é que continua confiante que vai distribuir dividendos em 2016 e mantém a meta de ter um rácio de pagamento (payout ratio) de pelo menos 50 por cento dos lucros a médio prazo.

“Em linha com a nossa política, a abordagem do Grupo para a distribuição de dividendos terá devidamente em conta a visão do Conselho de Administração sobre o nível atual de capital necessário para atender às exigências regulatórias, cobrir incertezas e fazer crescer o negócio, o que inclui o impacto no capital desta operação”, diz o comunicado.

António Horta-Osório, Presidente do Grupo, disse que “a aquisição, financiada através de forte geração interna de capital, aumenta a nossa participação no mercado de cartões de crédito do Reino Unido em expansão com uma estratégia multi-marca e é um passo em frente no nosso objetivo estratégico de crescimento sustentável do Lloyds Bank como um banco comercial e de retalho focado no Reino Unido”.

O banqueiro português acrescenta que “a marca MBNA e o seu portfólio (de cartões de crédito)  são um bom complemento do nosso negócio de cartões. Temos o compromisso de fornecer aos seus clientes valor e um excelente serviço. A  nossa relação custo-benefício e a comprovada capacidade de integração proporcionarão sinergias significativas e valor para os nossos acionistas “.

 

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