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Louçã, Piketty e mais de 300 economistas pedem ao Conselho Europeu a emissão de ‘eurobonds’

Os economistas salientam que “há trinta anos que esta proposta está em cima da mesa. Se não for aceite, ou outra com os mesmos efeitos, o risco de grave recessão e de crise de dívida volta a impor-se”, justificando que “a crise do Covic-19 pode destruir a zona euro”. 
20 Março 2020, 14h31

Francisco Louçã, economista e antigo coordenador do Bloco de Esquerda, juntou-se a mais de 300 economistas de diversas universidades para apelar ao Conselho Europeu a emissão de ‘eurobonds’ para financiar o esforço dos países na resposta à epidemia do novo coronavírus.

“Com diversos colegas, como Mark Blyth (Brown University), Thomas Piketty (Paris), Gabriel Zucman (Berkeley), Giovanni Dosi (Sant’Anna, Pisa), Alan Kirman (Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Paris), Jean Paul Fitoussi (Paris) e mais 300 outros economistas, assinei esta carta propondo a emissão de obrigações de dívida europeia para financiar o esforço de resposta ao Covid”, escreveu Francisco Louçã, numa publicação no Facebook.

Os economistas salientam que “há trinta anos que esta proposta está em cima da mesa. Se não for aceite, ou outra com os mesmos efeitos, o risco de grave recessão e de crise de dívida volta a impor-se”, justificando que “a crise do Covic-19 pode destruir a zona euro”.

“O BCE afirmou que faria o que for necessário. Indicou que poderia usar as políticas monetárias necessárias e que financiaria e apoiaria o esforço orçamental. Nenhum Estado membro deveria ter que recorrer a um bail-out ou assinar um novo memorando para acesso a fundos de emergência. Isto é uma crise europeia, exige uma solução europeia”, escrevem.

“Assim, em vez de termos cada Estado membro a emitir a sua dívida, apelamos ao Conselho Europeu para que emita um Eurobond comum. Precisamos de um instrumento comum de dívida para mutualizar os custos orçamentais no combate à crise. Agora é tempo de ação. É tempo de solidariedade. É tempo de eurobonds”, acrescentam.

 

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O tema voltou ganhar força, depois do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ter discutido no Conselho Europeu de terça-feira sobre a possibilidade de a União Europeia emitir Eurobonds, como parte do esforço para mitigar o impacto económico do novo coronavírus. A possibilidade já tinha sido discutida durante a crise das dívidas soberanas, mas sempre teve a resistência de países como a Alemanha.

Esta sexta-feira, o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, também defendeu a emissão de ‘eurobonds’, num artigo publicado na edição semanal do Jornal Económico.

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