[weglot_switcher]

Lucro da Galp caiu 18% no quarto trimestre para 121 milhões

Os fatores não recorrentes, especialmente imparidades em Angola, pesaram nos números do trimestre apesar do aumento da produção no Brasil. No conjunto do ano, o lucro caiu quase um quarto para 483 milhões de euros com o preço fraco do crude, mas a empresa conseguiu superar a meta do EBITDA.
21 Fevereiro 2017, 07h07

O lucro líquido da Galp Energia desceu 18 % no quarto trimestre de 2016, face ao mesmo período do ano anterior, para 121 milhões de euros.

“Os eventos não recorrentes totalizaram 108 milhões de euros, sobretudo relacionados com imparidades no bloco 14 em Angola, bem como com a transferência de contratos para a construção dos cascos relativos às FPSO [navios para a produção de petróleo] replicantes”, referiu a empresa, em comunicado divulgado no site da CMVM. O resultado constitui, no entanto uma ligeira melhoria face aos 115 milhões de euros de lucro registado entre julho e setembro de 2016.

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos depreciações e amortizações – do grupo subiu 28% face ao mesmo período do ano anterior para 396 milhões de euros, “tendo o desempenho do [negócio da] Exploração & Produção compensado a menor contribuição dos negócios de Refinação & Distribuição (R&D) e Gas & Power (G&P)”.

A empresa já tinha informado o mercado no final de janeiro que a produção net entitlement, ou seja após pagamento de impostos aumentou 15,6% em relação ao trimestre anterior para quase 82,7 mil barris por dia, enquanto o output médio working interest (antes de impostos) avançou 10% para quase 85 mil barris. Em termos homólogos este níveis de produção representam disparos de 67,9% e 63,2%.

“Em 2016, a produção working interest foi de 67,6 mil barris por dia, um aumento de 48% face a 2015, o que se deveu à maior contribuição do pré-sal brasileiro com a entrada em produção das unidades #5 e #6, bem como ao ramp-up de produção da FPSO #4″, explicou.

A Galp tem participações minoritárias em vários projetos de petróleo no pré-sal da bacia de Santos, no Brasil, país que vê como o principal motor de crescimento e investimento da empresa nos próximos anos

A margem de refinação da Galp subiu para 5,2 dólares por barril, face a 3,4 dólares no terceiro trimestre de 2016 e de 4,1 dólares nos últimos três meses de 2015. Ainda a margem de refinação desceu para 4,3 dólares por barril nos doze meses de 2016, dos 6,0 dólares no ano anterior.

Em relação ao conjunto do ano de 2016, o resultado líquido desceu 24% para 483 milhões de euros.  A Galp salientou, contudo, que “o EBITDA do Grupo numa base replacement cost ajustada (RCA) situou-se em 1.400 milhões de euros, acima do intervalo esperado de 1.200 a 1.300 milhões de euros”.

A Galp adiantou que no quarto trimestre o preço médio do barril de Brent subiu 5,6 dólares por barril em termos homólogos para 49,3 dólaes, refletindo as expetativas do mercado sobre a redução da produção firmado pela OPE e outros países produtores. Esta retoma não foi, contudo, suficiente para evitar uma redução de 8,7 dólares por barril no preço médio durante o ano, para 43,7 dólares.

A Galp vai apresentar hoje o plano estratégico para 2017-2021 no Capital Markets Day em Londres.

[Notícia em atualização]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.