O resultado líquido da Portucel registou uma descida de 13,6% em 2014, face ao ano anterior, para 181,5 milhões de euros, anunciou hoje o grupo liderado por Diogo da Silveira.
Quanto ao volume de negócios, foi superior em 0,8% aos valores alcançados em 2013, somando 1.542,3 milhões de euros, “apesar da descida dos preços de referência de pasta e papel” e ajudado pelo “forte crescimento do volume de vendas”.
Num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo Portucel destaca os níveis recordes de vendas que se atingiram na área de papel ‘uncoated woodfree’ (UWF), que cresceram 3%, para 1.564 milhões de toneladas.
Foram também atingidos máximos de produção, num total de 1.560 milhões de toneladas, 2,5% acima de 2013, acrescenta.
No entanto, “a redução nos preços de venda de pasta e de papel teve um impacto determinante na geração de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, deduções e amortizações)”, indica a Portucel. Em 2014, este valor desceu 6,3% face ao ano anterior, para 328,4 milhões de euros.
Já os resultados operacionais (lucros antes de juros e impostos) reduziram-se em 6,6%, para 218,3 milhões de euros, enquanto os resultados financeiros foram negativos em 34,2 milhões de euros, “apresentando um agravamento significativo face ao ano anterior (mais 141,4%)”.
De acordo com o comunicado, a redução de custos dos produtos químicos e logística e na compra de eletricidade, obtida em 2014, foi insuficiente para compensar o aumento observado nas despesas com a aquisição de madeira e custos de pessoal. O aumento ligado às despesas com os trabalhadores deveu-se “essencialmente ao reforço previsto na contribuição inicial de um dos planos de pensões de contribuição definida do grupo”.
No final de 2014, a dívida líquida da Portucel situava-se em 273,6 milhões de euros, tendo descido 33,4 milhões face ao final do ano anterior, o que, de acordo com o grupo, “evidencia a forte capacidade de geração de ‘cash-flow’”.
Quanto ao plano de desenvolvimento estratégico, uma das apostas é a diversificação da atividade na área de ‘tissue’, “tendo como objetivo alcançar uma posição de relevo no mercado europeu”, através do crescimento orgânico e da aquisição de capacidade já existente.
Nesse sentido, a Portucel lembra que decidiu investir 80 milhões de euros na compra e expansão de capacidade da fábrica AMS-BR Star Paper, localizada em Vila Velha de Ródão, que considera “o produtor de ‘tissue’ mais eficiente e rentável da Península Ibérica”.
O grupo anunciou ainda, no final de 2014, a construção de uma fábrica de ‘pellets’ nos Estados Unidos, desta forma “entrando num setor em grande crescimento”. A construção da nova unidade deverá iniciar-se em 2015 e fica concluída no terceiro trimestre de 2016.
OJE/Lusa