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Lucro do Crédito Agrícola no trimestre ascende a 95,8 milhões

A subida do resultado líquido foi influenciada pelo crescimento de 59,5% do Produto Bancário Core para 214,5 milhões de euros (+80,0 milhões de euros), impulsionado pelo aumento da margem financeira em 103,6% para 153,4 milhões de euros.
26 Maio 2023, 10h04

O resultado líquido do grupo Crédito Agrícola, durante o primeiro trimestre de 2023, fixou-se em 95,8 milhões de euros, a subir 168,4% num ano e representando uma rentabilidade de capitais próprios de 18,4% e para a qual concorreram os contributos positivos das principais componentes do grupo (banca, seguros vida e não vida e gestão de activos).

Este é o sétimo banco a apresentar as contas trimestrais.

A subida do resultado líquido foi influenciada pelo crescimento de 59,5% do Produto Bancário Core para 214,5 milhões de euros (+80,0 milhões de euros), impulsionado pelo aumento da margem financeira em 103,6% para 153,4 milhões de euros (+78,1 milhões de euros face a março de 2022), “tendo em conta o impacto positivo da evolução das taxas Euribor no rendimento da carteira de títulos e carteira de crédito do grupo, parcialmente penalizado com o aumento do custo dos depósitos de clientes”.

O aumento de comissões líquidas em 16,7% para 38,8 milhões de euros (+5,6 milhões de euros face a março de 2022), com origem nas comissões interbancárias, de crédito e de gestão de contas, também ajudou aos lucros.

Em sentido contrário o grupo destaca a redução da margem técnica de seguros em 14,0% para 22,3 milhões de euros (-3,6 milhões de euros face a março de 2022); e o aumento dos custos de estrutura em 11,9% para 101,6 milhões de euros (+10,8 milhões de euros face a março de 2022), para o qual contribuem o crescimento de custos com pessoal em 15,3% para 62,7 milhões de euros (+8,3 milhões face a março de 2022), em parte justificado pelo impacto das actualizações da tabela salarial efectuadas em Junho de 2022 (incluindo retroactivos de 2021) e em fevereiro de 2023 (esta última de 4% com efeitos desde o início do ano, aplicado ao universo de colaboradores do grupo).

“A variação positiva do resultado líquido no primeiro trimestre de 2023 é igualmente influenciada por resultados, não recorrentes, obtidos durante o primeiro trimestre, relacionados com ganhos líquidos com operações financeiras, no valor de 6,5 milhões de euros (face aos -5,8 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2022)”, refere o grupo liderado por Licínio Pina.

As empresas de seguros tiveram um contributo para o resultado líquido do grupo de 3,9 milhões de euros, tendo a CA Vida apresentado um resultado líquido no primeiro trimestre de um milhão de euros e a CA Seguros de três milhões de euros.

Em termos de qualidade da carteira de crédito, o rácio bruto de Non Performing Loans (NPL) continuou a sua trajectória descendente, situando-se em 5,0% do total da carteira, registando uma melhoria em 1,7 p.p. face aos 6,7% que se verificavam no primeiro trimestre do ano passado. Em termos absolutos, a carteira de NPL registou uma redução de 760,1 milhões de euros em março de 2022 para 580,2 milhões de euros em março de 2023 (-23,7% face ao homólogo), “demonstrando a contínua melhoria da qualidade da carteira de crédito do grupo”.

“A cobertura de NPL por imparidades de NPL e por colaterais aumentou para 142,4% (+5,2 p.p. face a Março de 2022), a cobertura de NPL por imparidades de NPL e por colaterais (FINREP) aumentou para 89,7%, (+0,8 p.p. face a Março de 2022) e a cobertura de NPL por imparidades de crédito subiu para 62,2%, (+19,1 p.p. face a Março de 2022)”, lê-se no comunicado.

O custo do risco de crédito cifrou-se em 0,10%, representando um acréscimo de 0,13 p.p. face aos -0,03% que se tinham verificado no primeiro trimestre de 2022.

No decurso do primeiro trimestre de 2023, as imparidades e provisões do exercício apresentam um reforço de 2,8 milhões de euros no (+5,4 milhões de euros face ao primeiro trimestre de 2022, quando se tinha verificado uma reversão no montante de 2,6 milhões de euros).

As imparidades de Non Performing Loans acumuladas, com referência ao final de Março de 2023, ascendiam a 236,9 milhões de euros, resultando num nível de cobertura de NPL por imparidades de NPL de 40,8%, uma cobertura de NPL por imparidades de NPL e colaterais (FINREP) de 89,7% ou um rácio de 142,4% não considerando o limite de exposição por contrato, refere o banco.

O rácio Texas, determinado pelo quociente entre o stock de NPL e a soma dos capitais próprios tangíveis com o stock de imparidades, fixou-se nos 25,0% no final de Março de 2023.

Durante o primeiro trimestre de 2023, os imóveis detidos para venda pelo Grupo CA reduziram-se em 2,2% para 309,8 milhões de euros (exposição líquida directa e indirecta).

O rácio de eficiência registou uma evolução homóloga positiva de 23,6 p.p. para 45,0%, representando uma melhoria significativa face aos 68,6% que se registaram no período homólogo.

A carteira de crédito (bruto) a clientes do grupo registou uma redução de 0,7% face a dezembro de 2022 (-82,6 milhões de euros) para 11,9 mil milhões de euros, o que representa uma quota de mercado em crédito concedido a clientes de 5,65%.

O banco liderado por Licínio Pina revelou ainda que 881 contratos de crédito para a compra de casa “observaram pelo menos uma alteração contratual, correspondente a uma exposição total de 97,2 milhões de euros (3,0% da carteira de crédito à habitação permanente)”.

O grupo considera que o diploma do Governo, o DL 80-A/2022 de 25 de Novembro e com referência a 30 de Abril de 2023, comtemplava um universo de 43.748 contratos abrangidos pelo artigo 3º (agravamento significativo e taxa de esforço significativa).

Do outro lado do balanço, os recursos de clientes sob a forma de depósitos bancários ascendiam a 19,7 mil milhões de euros, registando-se um decréscimo de 3,3% face a dezembro de 2022, correspondente a uma redução de 666 milhões de euros.

Os recursos de clientes em seguros de capitalização e fundos de investimento comercializados pelo grupo Crédito Agrícola aumentaram para 2.025 milhões de euros em 31 de março de 2023, um aumento de 0,4% face a 31 de dezembro de 2022.

Os rácios CET1 e de fundos próprios totais ascenderam a 20,4% (incluindo já o resultado líquido do período).

São 71 Caixas de Crédito Agrícola Mútuo que o compõem o Grupo CA.

O Grupo Crédito Agrícola anunciou ainda que apresenta um nível de solvabilidade, medido pelos rácios common equity tier 1 (CET1) e de fundos próprios totais de 20,4% (incluindo resultado líquido do período), um rácio de alavancagem de 8,7%, um rácio de cobertura de liquidez (LCR) de 526,3%, e um rácio de financiamento estável (NSFR) de 164,8%, “todos acima dos níveis mínimos recomendados ou requeridos”.

Os fundos próprios registaram, em Março de 2023, um acréscimo de 103,4 milhões de euros face a Dezembro de 2022 (+5,3%), “beneficiando do resultado líquido de 93,7 milhões de euros gerado a Março de 2023 e da valorização dos títulos de dívida pública registados ao justo valor de 11,9 milhões de euros, em particular da carteira de seguros Vida (9,0 milhões de euros)”.

Com referência ao final de Março de 2023, “o Crédito Agrícola evidencia um cumprimento do requisito de MREL [instrumentos de capital que podem ser usados para financiar o banco em caso de bail-in]” com folgas.

(atualizada)

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