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Lucros da CGD sobem para 486 milhões de euros no primeiro semestre

Os lucros do banco liderado por Paulo Macedo cresceram 65% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Uma evolução que reflete um menor custo do risco de crédito e o contributo da atividade internacional.
29 Julho 2022, 15h38

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve lucros de 486 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que representa um crescimento de 65% face ao resultado líquido positivo de 294,2 milhões de euros obtido pelo banco estatal no mesmo período do ano passado.

“Esta evolução reflete um menor custo do risco de crédito no período após a fase mais aguda da pandemia Covid-19 e a venda de alguns ativos não core, bem como o contributo da atividade internacional para o resultado líquido do grupo, no valor de 109 milhões de euros, cerca de 22% do total, um crescimento de 77% face ao primeiro semestre de 2021”, indica o banco no comunicado divulgado esta sexta-feira na CMVM, detalhado que, deduzido de efeitos não-recorrentes, foi alcançada uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 10,6%.

Neste período, a margem financeira cresceu 21% para 101,1 milhões de euros face ao primeiro semestre de 2021, à boleia de um crescimento da atividade internacional em 47 milhões de euros e do programa TLTRO do Banco Central Europeu, com um aumento de 29 milhões de euros.

A margem foi “impulsionada pelo contributo das entidades internacionais, com destaque para o BCI Moçambique (+27,9 milhões de euros) e para o BCG Angola (+20 milhões de euros), sendo de notar que para o conjunto das unidades internacionais, a variação cambial representa um impacto de 31,7 milhões de euros, ou seja, 31,3% da variação total deste agregado”, refere o banco.

Já em Portugal, o crescimento da margem foi de 46,7 milhões de euros e inclui, entre outros efeitos, um impacto de 35 milhões de euros relativo às condições da operação de refinanciamento TLTRO-III.

Comissões crescem com fundos de investimento

Por outro lado, as comissões registaram um aumento de 36,2 milhões de euros, com a atividade internacional a contribuir com 5,7 milhões de euros. Em Portugal, o crescimento centra-se “nas comissões de colocação de fundos de investimento (+8 milhões de euros), de mediação de seguros (+4,2 milhões de euros), de operações de crédito (+2,8 milhões de euros) e de garantias prestadas (+2,2 milhões de euros)”.

Em sentido inverso, os resultados de operações financeiras registaram uma descida de 38% para 76 milhões de euros face ao período homólogo. Deduzido dos efeitos extraordinários que se registaram em 2021, a variação é de apenas 30 mil euros, explica a Caixa no comunicado.

Os custos de estrutura domésticos aumentaram 5% quando comparados com o primeiro semestre de 2021, influenciados pela variação cambial da atividade internacional.

Quanto às provisões e imparidades, a CGD afirma ter revertido 109,6 milhões de euros de imparidades de crédito registadas em períodos anteriores, “nomeadamente em 2020 e 2021, no contexto da pandemia covid-19, com impacto relevante nos resultados consolidados”.

Mais crédito e mais depósitos

A carteira de crédito cresceu 2,3% para perto de 53,7 mil milhões de euros em termos brutos, enquanto Os depósitos aumentaram 4,5% para 83,2 mil milhões de euros.  O banco explica a evolução com a elevada taxa de poupança doméstica.

Relativamente à qualidade dos ativos, o rácio de Non-Performing Loans (NPL ou malparado) desceu para 2,6%, enquanto o rácio NPL líquido de imparidades totais permaneceu em 0% (zero). Por outro lado, os imóveis detidos para venda reduziram-se em 15% para 339 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2008.

Nos rácios de capital, os CET1, Tier 1 e total situaram-se em 18,5%, 18,5% e 20%, respetivamente, incluindo o resultado líquido do período deduzido do montante máximo distribuível de acordo com a política de dividendos.

(Notícia atualizada com mais informação)

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