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Lucros da Semapa caíram 56,6% no primeiro trimeste, para 17,2 milhões de euros

O volume de negócios consolidado da ‘holding’ foi de 524 milhões de euros, o que representou uma quebra de 5% em comparação com o primeiro trimestre de 2019.
28 Maio 2020, 23h45

Os lucros da ‘holding’ Semapa, que controla, entre outras participadas, a The Navigator Company (ex-Portucel) e a cimenteira Secil, caíram 56,6% no primeiro trimestre de 2020 face ao período homólogo do ano passado, para 17,2 milhões de euros.

Já o volume de negócios consolidado da empresa foi de 524 milhões de euros, o que representou uma quebra de 5% em comparação com o primeiro trimestre de 2019.

Segundo o comunicado enviado há minutos pela administração da Semapa para a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, “as exportações e vendas no exterior ascenderam a 382,1 milhões de euros, o que representa 72,9% do volume de negócios”.

“Destaque para um aumento global nos volumes de vendas do segmento pasta e papel face ao período homólogo:
mais 4% no papel, mais 34% na pasta e mais 10% no ‘tissue’. No entanto, o desempenho ficou condicionado pela queda dos preços de venda comparativamente ao primeiro trimestre de 2019: o índice de pasta BHKP (em euros) caiu 29% e o índice do papel A4 perdeu 5,5%. Se compararmos com o quarto trimestre de 2019, verificamos que o aumento do volume de vendas de papel não foi suficiente para mitigar a evolução desfavorável dos preços de venda no primeiro trimestre de 2020″, assinala o referido comunicado.

O EBITDA da Semapa no período em análise atingiu 119,1 milhões de euros, uma queda superior a 10% face ao homólogo, “tendo sido 88,4 milhões de euros gerados na pasta e papel, 28,5 milhões de euros no cimento e 2,7 milhões de euros no ambiente”.

“De realçar a evolução positiva nos segmentos do cimento e ambiente, face ao período homólogo. Destaque também para o crescimento de 25,6% do EBITDA ‘versus’ o quarto trimestre de 2019, que passou de 94,8 milhões de euros para 119,1 milhões de euros, com o contributo positivo de todos os segmentos de negócio, respetivamente cerca de mais 16,6 milhões de euros (pasta e papel), mais 7,8 milhões de euros (cimento) e mais 0,2 milhões de euros (ambiente)”, adianta o comunicado da Semapa.

O mesmo documento acrescenta que, “a 31 de março de 2020, a dívida líquida consolidada totalizava 1.540,7 milhões de euros, o que representou uma redução de 5,2 milhões de euros face ao valor apurado no final do exercício de 2019”, e precisava que, “excluindo o efeito da IFRS 16 [norma contabilística], a dívida líquida seria de 1.465,9 milhões de euros, valor inferior ao apresentado no final de 2019 em 4,8 milhões de euros”.

A administração da Semapa acentua que, “no final do primeiro trimestre de 2020, o total de disponibilidades consolidadas ascendia a 685 milhões de euros, tendo o grupo, adicionalmente, um conjunto de linhas contratadas e não utilizadas no total de 380 milhões de euros, assegurando desta forma uma forte liquidez neste momento de incerteza em que vivemos”.

“Na presente data, a posição de liquidez é confortável e robusta, dado que é suficiente para fazer face aos vencimentos com maturidade nos próximos 12 meses. Adicionalmente, as empresas concluíram ou estão em vias de concluir a contratação de financiamentos adicionais que lhes permite alongar a maturidade da sua dívida e aumentar ainda mais o conforto face a cenários de mais agressivos”, garantem os responsáveis da Semapa.

Sobre as perspetivas futuras para o presente exercício, a administração da Semapa esclarece que, “após o surgimento do surto Covid-19 no final do ano 2019 na China (…) verificou-se a alteração profunda das perspetivas sócio económicas globais”.

“Considerando a indeterminação da duração da pandemia, as medidas de contenção implementadas pelos diversos
países e as suas consequências, existe um fator de incerteza sem precedentes relativamente ao desempenho das
empresas durante o ano de 2020. As estimativas de impactos futuros estão muito dependentes da duração das medidas de contenção e da forma como se irá realizar a retoma da atividade económica, e como tal, torna-se difícil fornecer uma quantificação fiável dos impactos financeiros no Grupo Semapa”, admite a administração da ‘holding’.

 

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