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Lucros do BCP quase duplicam para 112,9 milhões de euros no primeiro trimestre

Os resultados para os primeiros três meses do ano foram influenciados por encargos de mais de 120 milhões de euros associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos pelo banco do BCP na Polónia.
  • Cristina Bernardo
16 Maio 2022, 16h04

O BCP obteve lucros de 112,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, quase duplicando em comparação com o resultado positivo de 57,8 milhões de euros registado no mesmo período do ano anterior. Já a rendibilidade dos capitais próprios (ROE) atingiu os 8,2%, face aos 4% no primeiro trimestre de 2021.

O resultado para o primeiro trimestre – que reflete uma subida dos lucros de 95,2% face ao período homólogo – foi influenciado “por encargos de 123,3 milhões de euros associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos pela subsidiária na Polónia”, refere o banco num comunicado divulgado esta segunda-feira. De acordo com o banco, as provisões acumuladas para riscos legais já superam os 740 milhões de euros, numa altura em que há 12.528 processos individuais em tribunal.

Já excluindo os encargos referidos, o resultado líquido do grupo seria de 174,6 milhões de euros, ou seja, mais 52,6%, face ao primeiro trimestre de 2021.

As contas do BCP refletem também um “aumento das outras imparidades e provisões, nomeadamente no que respeita à constituição de uma provisão destinada a fazer face aos riscos decorrentes da atividade em Portugal”, nota o banco, devido aos “elevados níveis de incerteza que caracterizam o contexto atual”.

Por outro lado, os custos operacionais também pesaram no desempenho do grupo, “na medida em que as poupanças obtidas na atividade em Portugal, face ao primeiro trimestre de 2021, foram insuficientes para compensar o aumento de custos registado, no mesmo período, na atividade internacional, reflexo dos níveis de inflação mais elevados que se verificam nas geografias onde ela se desenvolve”. Os custos operacionais subiram 1,4% para 255 milhões de euros.

Ao longo dos primeiros três meses, a margem financeira cresceu 24% para 465,1 milhões de euros, com o banco a salientar, na atividade em Portugal, “o aumento do rendimento gerado pela carteira de crédito a clientes, refletindo o aumento dos volumes de crédito, fruto do bom desempenho das áreas comerciais do banco, particularmente relevante tendo em conta o contexto adverso em que ocorreu, nomeadamente os níveis historicamente baixos em que as taxas de juro se têm situado, condicionando fortemente o rendimento gerado pela carteira de crédito performing“.

As comissões líquidas apresentaram um crescimento de 12,7% face aos 171,1 milhões de euros registados nos primeiros três meses de 2021, ascendendo a 192,8 milhões de euros no mesmo período do ano corrente, “beneficiando do bom desempenho quer da atividade internacional, quer principalmente da atividade em Portugal”. De acordo com o BCP, a “evolução favorável das comissões líquidas, em termos consolidadas, foi transversal a todos os tipos de comissões, refletindo em larga medida a progressiva normalização da atividade económica”.

Perante este desempenho, o produto bancário alcançou os 700,7 milhões de euros, ou seja, mais 21,2% face ao primeiro trimestre de 2021.

O banco continuou a registar uma redução do crédito malparado, com os NPE (Non-Performing Exposure) a recuar em 400 milhões de euros, refere a instituição financeira. “Continuamos com uma redução dos NPE mesmo num contexto muito exigente”, afirmou Miguel Maya, CEO do BCP, na apresentação dos resultados trimestrais.

A carteira de crédito (bruto) consolidada do BCP alcançou os 58.473 milhões de euros, mais 4,7% do que no final do primeiro trimestre de 2021. Por outro lado, os recursos totais de clientes situaram-se 7,7% acima dos 84.812 milhões de euros alcançados no final do primeiro trimestre do ano anterior, devido sobretudo aos depósitos e outros recursos de clientes.

Quanto aos rácios de capital, o rácio CET1 fixou-se em 11,4% em phased-in e em 11,5% em fully implemented, refletindo uma variação de -79 e de -67 pontos base, respetivamente, face aos rácios de 12,2% reportados em termos phased-in e fully implemented no mesmo período de 2021 e acima dos rácios mínimos regulamentares.

(Notícia atualizada com mais informação.)

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