O BPI obteve lucros consolidados de 365 milhões de euros no conjunto de 2022. Este resultado do banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa representa uma subida de 19% face aos 307 milhões de euros registados no ano anterior.
A atividade em Portugal contribuiu com 235 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 31% em comparação com 2021. Já as participações no BFA e BCI tiveram um contributo de 96 milhões e 34 milhões de euros para o resultado consolidado, respetivamente, de acordo com o comunicado divulgado esta sexta-feira pela instituição financeira. A rentabilidade dos capitais próprios tangíveis (ROTE) recorrente foi de 8% em 2022.
Neste período, o produto bancário comercial registou um crescimento de 14% face ao exercício de 2021, situando-se nos 873 milhões de euros. Um aumento justificado pelo “aumento significativo da atividade comercial”, mas também pelo “crescimento da margem financeira”, com maior impacto no último trimestre do ano passado, disse o CEO do BPI na conferência de imprensa para apresentação das contas.
A margem financeira cresceu 20% para 548 milhões de euros, “refletindo o crescimento do volume de crédito e a subida das taxas de mercado”, adianta o BPI. “Tivemos mais competitividade, nomeadamente ao nível da banca de empresas, ao nível do spread de crédito”, referiu o banqueiro.
Já as comissões líquidas cresceram 3% para 296 milhões de euros, em resultado do aumento das operações de crédito, das comissões associadas a contas e da intermediação de seguros.
De acordo com o banco, a carteira total de crédito a clientes (bruto) aumentou 6% em termos homólogos, para 29,2 mil milhões de euros. A carteira de crédito à habitação aumentou 8% para 14,2 mil milhões. A contratação de crédito à habitação cresceu 11% face a 2021, alcançando 2,7 mil milhões. A carteira de crédito a empresas cresceu 4% para 10,9 mil milhões.
Os recursos totais de clientes diminuíram 0,6% para 40 mil milhões em 2022. Os depósitos de clientes aumentaram 5% em termos homólogos, para 30,3 mil milhões de euros.
Os custos totais recorrentes aumentaram 4%. Os custos com pessoal aumentaram 3%, os gastos gerais administrativos aumentaram 3% e as depreciações e amortizações cresceram 10%, “a refletir essencialmente o investimento realizado na transformação digital e obras em imóveis”, num período em que o banco concentrou os seus serviços centrais em dois edifícios em Lisboa e outros dois no Porto.
Quanto à qualidade dos ativos, o rácio de NPL (crédito malparado) situa-se nos 2%. Já as imparidades de crédito líquidas de recuperações situaram-se em 61 milhões em 2022 (+13,5 milhões em termos homólogos), para as quais contribuíram dotações de imparidades de crédito líquidas de 87 milhões, ganhos de 27 milhões (antes de impostos) com a venda de uma carteira de 141 milhões de créditos não produtivos.
Relativamente aos rácios de capital, o banco tem um CET1 de 14,8%, Tier 1 de 16,4% e capital total de 18,9%.
Notícia atualizada às 12:15