Luís Montenegro acusa Governo de “fazer campanha” com dinheiro europeu e “enganar municípios”

Numa conferência do Partido Popular Europeu (PPE) em Lisboa, dedicado ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), Montenegro referiu-se à iniciativa que levou esta semana grande parte do executivo a Castelo Branco e que será repetida noutros distritos.

Cristina Bernardo

O presidente do PSD acusou hoje o executivo de estar a “fazer campanha política” com fundos europeus e dinheiro dos contribuintes e de estar a “enganar os municípios” na recente iniciativa ‘Governo mais próximo’.

Numa conferência do Partido Popular Europeu (PPE) em Lisboa, dedicado ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), Montenegro referiu-se à iniciativa que levou esta semana grande parte do executivo a Castelo Branco e que será repetida noutros distritos.

“Com o dinheiro dos contribuintes portugueses e com o dinheiro da Europa, o Governo está a fazer já hoje campanha política no terreno. Estas visitas estão a servir para que membros do Governo vão prometer obras, inaugurar primeiras placas, porque em Portugal temos uma tradição – sempre que temos governos socialistas – que primeiro se põem as placas e depois se inauguram as obras”, acusou.

O presidente do PSD diz que o Governo está a fazer “ainda pior” e a tentar perceber em cada município quais as obras mais avançadas a tempo de serem encaixadas no PRR, mas com estimativas de custo “muito aquém” do valor real, o que constituirá um “presente envenenado” para as autarquias no futuro.

“O Governo português está a enganar os municípios portugueses, está a enganar o espírito do PRR, está a aproveitar para fazer campanha política e para onerar ainda mais as dificuldades financeiras das autarquias”, acusou.

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O autarca lembrou as “dificuldades” sentidas ao longo da sua presidência, primeiro com uma oposição interna que levaria à cisão com o PSD e posterior candidatura independente do seu antecessor no cargo, José Estevens, e depois com uma maioria relativa que foi bloqueada pela oposição e que tornou a ação do executivo difícil, contou.

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Na opinião de Joana Mortágua, “está na altura de reconhecer que as palavras não podem ser vãs”, dando como exemplo as do Presidente da República quando reconheceu que “as propinas são uma barreira ao Ensino Superior” e à sua democratização, bem como “as palavras de todos dirigentes do PS que tomaram posição” sobre este tema.
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