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Macron pede a Netanyahu “o congelamento dos colonatos”

Quatro dias após a decisão de Trump fazer de Jerusalém a capital de Israel, o presidente francês pede ao primeiro-ministro israelita gestos de desanuviamento.
  • REUTERS/Dan Balilty
10 Dezembro 2017, 17h02

O presidente francês Emmanuel Macron, que se encontrou hoje como primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, pediu-lhe para que este saiba encontrar “gestos corajosos em relação aos palestinos” para “quebrar o impasse atual” nas negociações para a paz, ao mesmo tempo que condenou “todas as formas de ataques” contra Israel nestes “últimos dias”.

Em conferência de imprensa conjunta no Palácio do Eliseu, Macron foi mesmo mais longe e, segundo a imprensa francesa, pediu a Netanyahu que congele o aparecimento de novos colonatos nos territórios que deveriam fazer parte do país dos palestinianos. Desta forma, Macron falou de uma dos principais fontes de desentendimento entre israelitas e palestinianos – com os primeiros a pretenderem reafirmar o seu direito à expansão e os segundos a reclamarem que isso é outra forma encapotada de colonização.

O tema divide também os observadores internacionais. O presidente norte-americano, Donald Trump, tem defendido, pelo menos desde a campanha para as presidenciais, que Israel tem todo o direito a estender os colonatos no seu território, mas outros países observadores têm vindo a pedir a Israel que se abstenha de o fazer.

Por seu lado, o primeiro-ministro de Israel respondeu que se o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas quer a paz “ele deve sentar-se e para negociar com Israel”. Questionado sobre a declaração do presidente turco Erdogan, que no início do dia tinha chamado Israel um “Estado terrorista” que “mata crianças”, Netanyahut acusou Erdogan de bombardear os curdos e ajudar “terroristas”: “Não tenho de tomar lições de moral de um líder que bombardeia aldeias curdas na Turquia, que aprisiona jornalistas, ajudando o Irão a contornar as sanções internacionais e ajudando terroristas de ajuda, especialmente em Gaza”.

O encontro entre ambos aconteceu depois de o primeiro-ministro israelita se ter queixado de que a União Europeia tem dois pesos e duas medidas face à questão israelo-palestiniana, porque foi rápido a condenar as posições recentes de Trump – que decidiu conceder a Jerusalém a categoria de capital de Israel – mas não fez o mesmo quando, por causa disso, Israel foi alvo de diversos ataques.

Macron preocupou-se por isso em abordar o tema, condenando esses ataques, mas o encontro entre ambos deixou mais uma vez claro que as duas posições antagónicas – entre Israel e a Palestina e entre Trump e o resto do mundo na questão de Jerusalém – são muito difíceis de conciliar.

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