[weglot_switcher]

Madeira: 90% da produção regional de aquacultura destina-se às grandes superfícies

De acordo com as empresas, a Região exporta todas as semanas mais de 100 toneladas de dourada produzidas na Madeira.
11 Agosto 2022, 14h30

A deputada do CDS-PP Madeira, Ana Cristina Monteiro, referiu, após uma reunião do partido com o Secretário Regional do Mar e Pescas, Teófilo Cunha, que em 2020, e em plena pandemia, a aquacultura na Madeira foi dos poucos sectores que cresceu, sublinhando que de acordo com as empresas que operam no mercado, 90% da produção regional de aquacultura destina-se às grandes superfícies, sendo que o restante destina-se à hotelaria e restauração.

“A tendência de crescimento manteve-se em 2021. No final deste ano, o negócio da aquacultura gerou a comercialização de 1.627 toneladas de peixe que renderam 7,7 milhões de euros. São valores recorde e muito superiores ao antes da pandemia, quando o sector registou uma produção de 1.500 toneladas e cinco milhões em volume de negócio”, salienta.

Ana Cristina Monteiro destaca que já no primeiro trimestre de 2022, de acordo com a Direção Regional de Estatística e comparando a captura do peixe-espada preto com a produção de peixe em cativeiro, verifica-se que a venda de dourada na Madeira (506 toneladas) está muito próxima do peixe-espada (542 toneladas).

“Sucede, porém, que em termos de proveitos, a dourada já vale mais do que a espada, registando um volume de vendas de 2,4 milhões de euros e 1,7 milhões de euros, respetivamente”, aponta.

Ainda de acordo com as empresas, a Região exporta todas as semanas mais de 100 toneladas de dourada produzidas na Madeira.

Esta reunião visava fazer um balanço dos últimos três anos e refletir sobre as principais medidas implementadas por esta Secretaria. A deputada destaca, nesse sentido, a lei para proibir a pesca do mero e do peixe-cão (com base em trabalho interno que prova que um Mero vivo, por causa dos centros de mergulho e dos mais de 15 mil mergulhos anuais na Região) vale mil vezes mais do que um Mero capturado e a lei que alarga em um mês o período de defeso da lapa.

Ana Cristina Monteiro também salientou a recolha de dados da pesca (especialmente a espada por causa do tubarão Gata) que era exigida há 14 anos pela UE, a instalação do corpo de Inspectores de Pesca, assunto em que a Madeira estava em falta perante a UE e a abertura de concurso público para a instalação do sistema de gestão integrada de lotas e entrepostos frigoríficos da Região, investimento no valor de 500 mil euros.

A deputada também salienta os dois milhões de euros de apoios entre 2020 e 2021, de verbas exclusivas do Orçamento da Região. Neste valor estão incluídos 750 mil euros de isenções do pagamento das taxas nas lotas referentes à conservação, congelação e fornecimento de gelo às embarcações.

Por fim, destaca que pela primeira vez, foi criado um regulamento/licenciamento para a captura da gamba e do camarão da Madeira (estudos indicam um stock entre as 15 e as 20 toneladas) e o acordo com os operadores da Região para que os pescadores da ruama, os mais mal pagos, tenham a garantia de um salário decente (por causa disso a cavala, só este ano, valorizou 133%). Esse acordo garante que toda a captura será vendida a um preço digno. E, à conta disso, já saiu da Madeira um contentor para o continente só com cavala e chicharro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.