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Madeira dá 1,5 milhões de euros em isenções fiscais a filha do ditador Obiang

Os observadores internacionais alertam para as relações privilegiadas de offshores da Madeira com praças financeiras pouco ou nada transparentes.
11 Outubro 2018, 09h03

Francisca Nguema Jiménez, filha do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, já beneficiou de isenções fiscais de 1,5 milhões de euros por ter escolhido a Zona Franca da Madeira (ZFM) para abrir duas empresas. Os observadores internacionais alertam para as relações privilegiadas de offshores da Madeira com praças financeiras pouco ou nada transparentes, avança o jornal “Público”.

A eurodeputada socialista Ana Gomes escreveu uma carta à Comissão Europeia e à Autoridade Bancária Europeia a alertar para a presença de uma das empresas de Francisca Nguema Jiménez na Madeira: a Coralco. A empresa, cuja área de atividade se desconhece, foi criada em 2013 e, este ano, foi criada uma empresa igual a essa, com o nome Masela.

A Comissão Europeia está desde julho a fazer uma “investigação aprofundada” às isenções fiscais atribuídas pela ZFM durante o “regime III” (até dezembro de 2014). Foi nesse período que a Coralco foi criada e beneficiou do primeiro benefício fiscal. Além de não terem site, o gerente das duas empresas de Francisca Nguema Jiménez está ligado a mais 19 sociedades, todas com a mesma morada no Funchal.

Ana Gomes alerta, no documento que fez chegar a Bruxelas, que a presença de empresas da filha do presidente equato-guineense pode “ilustrar o branqueamento de capitais e os esquemas de evasão fiscal usados por esta PPE [Pessoas Politicamente Expostas] de uma cleptocracia”.

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