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Madeira: PEV acusa República de “sacudir a água do pacote” sobre asfaltagem da Estrada das Ginjas

O partido considera que parece “haver algum desnorte, no seio do Governo”, em termos de responsabilidades do Estado Português perante a UNESCO, relativamente aos bens classificados em território nacional. A Estrada das Ginjas está inserida na Laurissilva, considerada Património Mundial da Humanidade.
13 Maio 2021, 11h14

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) acusou o Governo da República de “sacudir a água do pacote”, relativamente à asfaltagem da Estrada das Ginjas, na Madeira, que se encontra em plena Laurissilva, considerada Património Mundial da Humanidade.

O partido considera que parece “haver algum desnorte, no seio do Governo”, em termos de responsabilidades do Estado Português perante a UNESCO, relativamente aos bens classificados em território nacional.

Os Verdes mostram-se estupefactos com as respostas que foram dados pelos Ministérios da Cultura e do Ambiente e Ação Climática sobre a preservação da Laurissilva da Madeira.

O partido diz a intenção do Governo da Madeira em asfaltar a Estrada das Ginjas é um “grave atentado ambiental”. Os Verdes referem que perante os esclarecimentos pedidos pelo partido sobre este assunto tanto o Ministério da Cultura e do Ambiente e Ação Climática “sacudiram a responsabilidade” para o Governo Regional da Madeira, “pondo o Governo da República fora do assunto”.

Os Verdes dizem ainda que “chutam a responsabilidade” de um para o outro: “A Cultura considera que estamos perante uma incumbência do Ministério do Ambiente, posição sustentada num conceito de cultura completamente ultrapassado, que contraria as novas abordagens dos conceitos de paisagem e da relação “natural/cultural” que a Convenção Europeia da Paisagem, em 2000, veio trazer. O Ministério do Ambiente e Ação Climática, chuta para o Ministério da Cultura, mesmo tratando-se de uma floresta indígena com uma função ecológica e climática fundamental para a ilha! Esta posição contraria a atitude que teve, ainda há bem pouco tempo, quando puxou a si a “Glória” da Classificação de Porto Santo como Reserva da Bioesfera”, reforça o partido.

Perante isto Os Verdes questionam o primeiro-ministro, se “estamos perante uma falta de espírito de equipa ou,  pelo contrário, perante um grande espírito de equipa que visa “assobiar para o lado” e deixar o atentado avançar”.

Outras das questões endereçadas pelo partido ao primeiro-ministro inclui “Quem no Governo responde perante a UNESCO face aos compromissos e responsabilidades de preservação dos bens classificados; A Unesco foi informada e emitiu alguma posição? Qual? Assume aqui o compromisso de impedir este atentado ambiental”.

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