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Madeira prepara novo regulamento de tarifas para incentivar cruzeiros

Nos primeiros seis meses deste ano, a APRAM registou uma quebra de cerca de 17% no número de passageiros de cruzeiros no porto do Funchal.
  • Rafael Marchante/Reuters
7 Julho 2017, 14h00

A Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) está a ponderar a alteração do regulamento de tarifas cobradas aos armadores internacionais de cruzeiros que escalam os portos da ilha, nomeadamente o Funchal e o Porto Santo. Em declarações ao Económico Madeira, Patrícia Bairrada, diretora de marketing da APRAM, admitiu que “estamos a trabalhar num valioso instrumento de trabalho que é o regulamento tarifário”, mas desmentiu que isto se traduza numa descida dos preços das taxas sobre os navios de cruzeiro que escalam os portos da Madeira.

“Estamos a ponderar uma alteração do regulamento tarifário mas isto não quer dizer que venha a ocorrer uma redução das taxas. Em vez de apresentarmos uma taxa A ou uma taxa B, podemos vir a propor um conjunto de taxas, um pacote. Acima de tudo, queremos desenvolver no futuro uma política de incentivos nesta matéria”, sublinhou Patrícia Bairrada.

Questionada sobre o prazo previsível de concretização destas medidas, Patrícia Bairrada adiantou que a expetativa aponta para que “possamos avançar com esta nova política de incentivos no regulamento do tarifário de cruzeiros até ao final deste ano, porque decisões destas são sempre depois projetadas a três ou cinco anos, no mínimo, com os principais armadores internacionais”.

A política de incentivos ao nível do tarifário cobrado aos armadores internacionais de navios de cruzeiros por parte da APRAM também deriva de uma quebra de passageiros que se está a sentir este segmento, em particular no porto do Funchal. Desde 2011, os passageiros de cruzeiros no porto do Funchal têm oscilado entre os 475 mil passageiros anuais e os cerca de 593 mil, máximo histórico registado em 2012.

Entre 2015 e 2016, o número de passageiros de navios de cruzeiro no porto do Funchal caiu mais de 10%, para cerca de 520 mil. E já na primeira metade deste ano, segundo estatísticas divulgadas no site oficial da APRAM, o movimento de cruzeiros no porto do Funchal está a sofrer um recuo de 13,4% nas escalas de navios (129) e de quase 17% no movimento de passageiros (233.291).

Para um operador de navios de cruzeiros contactado pelo Económico Madeira, a questão da quebra desta atividade não se deve só aos tarifários cobrados pela APRAM, mas também ao facto de o destino Madeira e Funchal não funcionar apenas por si próprio, sendo muito difícil conceber itinerários atrativos e sustentáveis que incluam outros destinos, tendo em conta o posicionamento geográfico da ilha.

De qualquer forma, Patrícia Bairrada desvaloriza a questão da quebra de turistas de cruzeiro, destacando que a decisão de reformulção do regulamento tarifário da APRAM também é influenciada “pela informação num horizonte a médio, que nos é transmitida pelos armadores, não só da entrada ao serviço de novos navios, mas também do reposicionamento de outros navios na região da Madeira nos próximos dois ou três anos,” o que gera expetativas mais positivas para este segmento de atividade e para a região nos próximos anos.

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