O líder parlamentar do Partido Socialista sublinhou, esta sexta-feira, que os milhões de euros que a Região vai receber do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) têm de ser usados para resolver os problemas dos madeirenses e não para estarem ao serviço dos “devaneios” do Governo Regional nem para a construção de mais “elefantes brancos”.
Em conferência de imprensa realizada junto ao edifício do Executivo, Rui Caetano garantiu que o PS vai fazer uso do seu papel fiscalizador em relação à atuação governativa na aplicação das referidas verbas.
“Nós defendemos que os mais de 800 milhões de euros que vão chegar à Região Autónoma da Madeira do PRR devem estar ao serviço da Madeira e dos madeirenses e não do devaneio de alguns governantes”, afirmou o dirigente, assegurando que o PS vai fazer de tudo para que “não se repitam os erros do passado, para que os governos do PSD não voltem a construir os elefantes brancos que foram construindo ao longo de todos estes anos e que nós sabemos que não servem rigorosamente para nada”.
Rui Caetano criticou os milhões de euros que o Governo Regional continua a investir nas Sociedades de Desenvolvimento, que estão tecnicamente falidas, e deu exemplos do esbanjamento de dinheiros públicos em projetos sem utilidade.
Nesse sentido, o deputado apontou os 100 milhões de euros “enterrados” na marina do Lugar de Baixo, os oito milhões gastos no Penedo do Sono, no Porto Santo, os 45 milhões de euros gastos na fábrica de microalgas, os dois milhões gastos no Laboratório de Veterinária, em São Martinho, e o milhão “metido” no heliporto do Porto Moniz. Trata-se, conforme referiu, de um conjunto de ‘elefantes brancos’ que “não vem servir o modelo de desenvolvimento que queremos para a Madeira e os madeirenses”.
O líder parlamentar do PS defendeu que as verbas do PRR sejam para resolver os problemas concretos da Região, nomeadamente a pobreza, a falta de poder de compra e os problemas da Saúde, para responder ao desafio demográfico e apostar na transição digital e energética.
“É para isto que servem os impostos dos madeirenses, os apoios da União Europeia e as transferências do Estado para a Região Autónoma da Madeira, para resolver os problemas concretos dos madeirenses, para construir um modelo de desenvolvimento sustentável e que não venha novamente hipotecar o futuro da Madeira”, frisou.