O deputado do PS Madeira, eleito para a Assembleia da República, Carlos Pereira, acusou o Governo Regional de ser “preguiçoso” e de não estar a usar todos os instrumentos ao seu dispor para ajudar as famílias e as empresas na área energética, face ao aumento de preços que se tem verificado.
O socialista apresentou duas propostas que visam o apoio à produção de energia elétrica para autoconsumo e à mobilidade elétrica.
Carlos Pereira referiu que existe a possibilidade de comunidades de empresas ou habitacionais poderem produzir, autoconsumir e até armazenar energia mais barata.
“Há muitos meios no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência regional para energias renováveis, mas que, infelizmente, estão completamente adstritos ao perímetro da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM)”, disse o socialista.
Carlos Pereira considerou que este momento é uma oportunidade para fazer uso desses meios para estimular estas comunidades energéticas.
“Este é um modelo que deve ser seguido. A região não pode continuar preguiçosa, de braços caídos sem atuar neste sentido, sobretudo porque há meios e eles têm de ser bem utilizados. A entrega de 70 milhões de euros ao perímetro da EEM não é uma boa notícia e não é uma boa política pública”, sublinhou Carlos Pereira.
O deputado do PS considerou que o Governo Regional tem sido “muito tímido no reforço do apoio às famílias e às empresas para a mobilidade energética”, enquanto que a nível nacional esse apoio foi aumentado e a proporção de apoios disponíveis foi duplicada.
Carlos Pereira refere que a região “deve ir mais longe, acrescentando que a dependência que a região tem de energias fósseis deveria levar o Governo Regional a potenciar a utilização de veículos elétricos, uma medida que o socialista diz que traria vantagens ambientais e permitiria fazer face ao aumento dos preços dos combustíveis.
O socialista considerou que o executivo regional deveria ter triplicado o plafond para apoio à aquisição de automóveis elétricos, sublinhando que há meios do Fundo de Carbono para esse fim.
“Os meios existem, mas não estão a ser bem direcionados. A região tem um Governo próprio, tem autonomia e deve, do nosso ponto de vista, atuar e criar as suas próprias políticas públicas. O Governo Regional nestas matérias está a ser preguiçoso”, disse Carlos Pereira.