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Madeira vai gastar quatro milhões de euros se República não assumir custos da vacina do covid-19

A verba deve servir para a aquisição de 400 mil doses de vacinas contra o coronavírus.
17 Dezembro 2020, 08h50

A Madeira deve gastar quatro milhões de euros, para adquirir 400 mil doses da vacina contra o covid-19, se a República não assumir desta operação, afirmou Pedro Ramos, secretário regional da Saúde.

A revelação do governante surgiu numa intervenção na Assembleia Legislativa Regional, no Funchal, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento e Plano para 2021.

O governante com a tutela da Saúde e Proteção Civil esclareceu que se o Ministério da Saúde ou o Serviço Nacional de Saúde não assumirem os custos do programa de vacinação da Madeira, a região terá de pagar “quatro milhões de euros por 400 mil doses”.

O secretário regional disse ainda que a Madeira está pronta para receber as 206 mil vacinas contra a covid-19, mas lembrou que a situação de pandemia não ficará resolvida a partir de janeiro com a vacinação.

Pedro Ramos aproveitou a ocasião para apelar à população para aderir ao programa de vacinação, atestando que a vacina “é segura” e que o objetivo do Governo Regional é garantir “uma imunização de 60 a 70% da população”.

O secretário regional disse também que a Madeira não regista transmissão comunitária ativa da covid-19.

“Nós temos 30 cadeias identificadas e interligadas seguidas pela Unidade de Emergência da Saúde Pública”, disse.

“Vamos dar continuidade a este esforço coletivo e na área da saúde será extremamente importante sermos uma região de três ‘S’ – saudável, segura e sustentável, apesar da pandemia”, declarou.

A estratégia a ser seguida para o futuro, acrescentou, “passa por retomar e manter a prestação de cuidados de saúde de qualidade à população da região e, em paralelo, dar continuidade ao plano de assistência e vigilância epidemiológica da pandemia covid-19”.

“A Madeira foi e é uma região segura”, assegurou, adiantando que, apesar da pandemia, o Governo continuará a dar atenção aos cuidados de saúde primários e ao programa de recuperação das cirurgias.

A bancada do PS, o maior partido da oposição regional, questionou Pedro Ramos sobre o problema da recuperação da lista de espera para cirurgias, tendo o líder parlamentar, Miguel Iglésias, defendido que, “a manter-se o atual nível” de atuação, “levaria 22 anos a resolver a situação” das cerca de 22 mil intervenções em atraso.

Sobre as listas de espera, o governante declarou que apesar da situação pandémica se realizaram mais “operações este ano do que em 2019”, registando-se a “utilização de mais 60 salas de bloco operatório”.

Paulo Alves, do JPP, abordou a capacidade de camas da unidade dedicada à covid-19 instalada no Hospital do Funchal face ao aumento de casos no arquipélago e apontou a falta de enfermeiros na região.

Pedro Ramos enfatizou que as medidas a adotar envolvem a reorganização das unidades do Serviço Regional de Saúde, no que diz respeito à necessidade de mais camas, admitindo que “outras unidades [privadas] podem ser contactadas”, tudo dependendo “da evolução da pandemia” no arquipélago.

De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado quarta-feira pela Direção Regional da Saúde, a Madeira regista 321 casos ativos de covid-19, sendo 72 importados e 249 de transmissão local.

Pedro Ramos também refutou as críticas sobre a falta de enfermeiros, indicando que, no decorrer da atual legislatura, foram contratualizados 614 novos profissionais nesta área.

O deputado único do PCP, Ricardo Lume, também defendeu ser preciso “não deixar para trás todas as outras valências”, apostando na recuperação “do tempo perdido” no caso das listas de cirurgias e consultas atrasadas na área dos cuidados primários, além da resolução do problema da falta de médicos de família.

O Orçamento da Madeira para 2021 dedica 439 milhões de euros para a área da Saúde, 344 milhões dos quais no combate à pandemia da covid-19.

A Assembleia Legislativa da Madeira iniciou o debate na especialidade das propostas do Orçamento Regional para 2021, de 2.033 milhões de euros, e do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Região (PIDDAR), de 800 milhões de euros, na passada quarta-feira.

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