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Madeleine Albright arrasa medidas tomadas pela Administração Trump: “Se calhar vou ter de pedir asilo!”

Levantando duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em matérias como imigração, alterações climáticas e defesa, Madeleine Albright, nascida na então Checoslováquia, brinca em pedir asilo a Portugal caso Trump persista em seguir “ideais pouco democráticos”.
1 Junho 2017, 11h06

Madeleine Albright, conhecida como a primeira mulher norte-americana a tornar-se secretária de Estado, afirmou esta quarta-feira estar “desiludida” com o rumo que a nova Administração na Casa Branca tomou. Levantando duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em matérias como imigração, alterações climáticas e defesa, Madeleine Albright, nascida na então Checoslováquia, brinca em pedir asilo a Portugal caso Trump persista em seguir “ideais pouco democráticos”.

“Sou uma imigrante. Uma cidadã americana naturalizada. Sempre achei incrível como é que alguém como eu podia chegar a secretária de Estado. Estou muito perturbada com a trajetória que os EUA estão a tomar”, sublinhou a antiga líder da diplomacia americana na era Clinton, no discurso de encerramento das Conferências do Estoril, citado pelo jornal ‘Diário de Notícias’.

A ex-secretária de Estado defendeu que foi a falta de confiança da sociedade nos parlamentos e nos media que esteve na génesis de fenómenos como o Brexit ou Donald Trump e que “é muito triste com as coisas aconteceram nesta primeira viagem oficial de Trump à Europa”.

“Acredito na NATO, acredito no artigo 5, acredito no Acordo de Paris. Não sei se é verdade [que o presidente pretende oficializar a saída dos EUA do acordo]. Espero que não o faça e não abdique da liderança americana nesta matéria. Estou muito perturbada se ele sair porque sei que nós e os chineses somos os que criam alguns dos problemas”, sustenta Madeleine Albright, acrescentando que tal “vai rejudicar a economia”.

Madeleine Albright considerou “dolorosa” a forma como Trump lidou com os parceiros da NATO. “Juntos somos uma boa equipa”, garantiu, explicando que “os líderes de ambos os lados devem perceber que não podemos enfrentar uma nova geração de desafios desunidos”.

Também o decreto anti-imigração que Donald Trump queria implementar nos Estados Unidos foi alvo de críticas de Madeleine Albright, que recorda que “não é coincidência que os locais de maior ação dos terroristas sejam países não democráticos” e que há uma clara necessidade de distinguir os imigrantes e refugiados dos terroristas, para evitar generalizações.

Aos 80 anos, a mulher que se apresenta como “uma filha da Europa que encontrou refúgio nos Estados Unidos” diz ainda que “se tiver de voltar [para Praga] porque o presidente Trump não me quer lá, voltarei!”. “Se calhar vou ter de pedir asilo!”, brinca.

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