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Mães ucranianas com filhos pequenos escolhem ficar na Roménia dada a proximidade e falta de opções

“A Roménia não é necessariamente vista como um país de destino, exceto para mulheres com filhos muito pequenos que acham difícil ir mais longe da Ucrânia, onde os maridos estão”, disse a diretora geral da unidade de assistência social da Câmara Municipal de Bucareste, Cosmina Simiean Nicolescu.
22 Março 2022, 17h48

Maria tinha acabado de comprar um apartamento de três quartos em Kiev antes de a Rússia invadir a Ucrânia. Agora ela está na capital romena, Bucareste, com a filha de quatro meses Amelia, o filho de sete anos Kirill e os seus pais, à procura de meias minúsculas numa caixa de roupas gratuitas para refugiados.

“Em Kiev, costumávamos ter uma vida muito boa, mas agora não tenho nada, apenas meus filhos”, disse Maria à “Reuters”. “Perdi tudo. Todas as manhãs, quando acordo aqui e ouço aviões, tenho medo de que a guerra possa vir aqui para a Roménia.”

Ao contrário da maior parte, aguarda o marido que não está submetido à lei marcial por estar a trabalhar a bordo de um navio. Entretanto, alugou um apartamento em Bucareste para depois decidir em conjunto o que fazer a seguir.

Agora, ao seu redor, estão outras mães que fugiram da Ucrânia e procuram fórmulas e fraldas. Uma delas é Olga que, com 27 anos, ficou gravemente ferida enquanto protegia o seu bebé de estilhaços de explosões em Kiev.

Na segunda-feira, pouco menos de 200 refugiados visitaram o balcão único abastecido por doações. Entre eles estavam Oksana Safonova, 36, que falava sobre fugir com os filhos Vova e Igor, de 5 e 3 anos. “Foi difícil decidir porque significaria separar as crianças do pai, da nossa casa, do nosso país”, afirmou.

Mais de 500 mil pessoas da Ucrânia fugiram para a Roménia desde o início da invasão, a 24 de fevereiro. A maioria já se mudou para oeste e pouco menos de 80 mil permanecem, principalmente mulheres com filhos pequenos.

“A Roménia não é necessariamente vista como um país de destino, exceto para mulheres com filhos muito pequenos que acham difícil ir mais longe da Ucrânia, onde os maridos estão”, disse à “Reuters” a diretora geral da unidade de assistência social da Câmara Municipal de Bucareste, Cosmina Simiean Nicolescu.

“Temos um grupo muito grande de mulheres com filhos pequenos que permanecerão em Bucareste por mais tempo, e as crianças precisarão de serviços, creches, jardins de infância”, acrescentou.

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