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Maior ameaça à democracia é “deixarmos de acreditar que funciona”, diz comissária europeia

A comissária com a pasta dos Valores e Transparência, Věra Jourová, considera que os democratas têm de fazer “mais esforço” para travar o crescimento dos movimentos antidemocráticos e “convencer as pessoas de que a democracia funciona”.
2 Dezembro 2020, 15h37

A vice-presidente da Comissão Europeia Věra Jourová referiu esta quarta-feira que a maior ameaça à democracia na Europa é os cidadãos “deixarem de acreditar que funcionar”. A comissária com a pasta dos Valores e Transparência considera que os democratas têm de fazer “mais esforço” para travar o crescimento dos movimentos autoritários e antidemocráticos e “convencer as pessoas de que a democracia funciona”.

“A maior ameaça para a democracia na Europa é deixarmos de acreditar que funciona. Ouvimos isto de diferentes Estados-membros e partes da sociedade: a democracia não funciona porque não veem justiça ou estabilidade suficiente”, referiu Věra Jourová, num painel sobre com o tema “Protegendo a democracia na UE”, no primeiro dia da Web Summit 2020 (que este ano é exclusivamente online).

Para Věra Jourová, os democratas têm uma “tarefa difícil” na defesa da democracia e dos seus valores, mas alerta que é preciso “mais esforço para convencer as pessoas de que a democracia funciona”, tendo em conta o crescimento dos autoritarismos e dos partidos antissistema na Europa e no mundo.

“Este é um momento crítico para a Europa porque, se desvalorizarmos a importância da democracia, teremos um grande problema para manter a sociedade a funcionar”, salientou.

Questionada sobre os desafios que a Internet e as redes sociais trouxeram para a democracia e o seu equilíbrio com a desinformação, Věra Jourová disse: “Ouvi tantas descrições negativas sobre como a  Internet está a colocar a nossa vida em risco. Mas há tantas coisas positivas: educação, conhecimento, abertura de mentes e de horizontes. A Internet e as redes sociais foram feitas para ligar pessoas e nos dar conhecimento”.

Reconheceu, no entanto, que há “maus atores usarem este espaço” e que a desinformação consegue ser “mais subtil” do que os conteúdos ilegais. “O tempo do mundo desregulado está a chegar ao fim. Estamos a preparar a regulação”, garantiu, explicando que a regulação da Internet e redes sociais “não continuar na base de simples acordos amigáveis” e prometendo que esse processo será “inclusivo” e “justo”.

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