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Maior barragem do país vai ser hoje inaugurada no rio Tâmega (com áudio)

Iberdrola inaugura hoje a sua gigabateria: sistema de bombagem permite voltar a reutilizar água das barragens para produzir eletricidade e dar mais estabilidade ao sistema devido à intermitência das renováveis.
18 Julho 2022, 07h00

A maior barragem do país vai ser hoje inaugurada no rio Tâmega em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real. A central hidroeléctrica de Gouvães conta com uma potência instalada de 880 megawatts (MW), com quatro grupos, ou turbinas, de 220 megawatts cada.

O projeto da Iberdrola bate assim a central do Alto Lindoso, no Minho, da EDP, que conta com 630 megawatts.

Além da central de Gouvães também vai ser inaugurada hoje a central de Daivões, outro projeto da Iberdrola também em Ribeira de Pena, com 118 megawatts. Esta barragem tem uma altura semelhante à Torre dos Clérigos no Porto. O rio Tâmega nasce em Espanha e desagua no rio Douro.

Já a central do Alto Tâmega, com uma capacidade de 160 megawatts, só entra em operação mais tarde, no início de 2024.

A Iberdrola vai investir um total de 1.500 milhões de euros para construir o sistema eletroprodutor do Tâmega, o maior investimento energético em Portugal na última década.

“Este é um projeto enorme, estamos a falar de uma potência de 1.158 MW que são 6% da potência de Portugal”, disse ao JE o responsável da Iberdrola por este projeto, José Maria Otero.

“Além disso, é uma central de bombagem que dá muita flexibilidade ao sistema, existe muita energia renovável – eólica e solar – e são necessárias centrais com bombagem para o sistema ser mais estável devido a intermitência das renováveis”, destacou o responsável durante uma visita e jornalistas a este complexo no domingo.

“Três centrais com uma capacidade de armazenamento de 40 milhões de kilowatts hora, equivalente a energia consumida em 24 horas por 11 milhões de pessoas. Estamos a falar de um armazenamento importante”, acrescentou.

O sistema de bombagem neste complexo fiunciona da seguinte forma: a central de Gouvães fica a montante da de Daivões. Quando a primeira central produz eletricidade, a água turbinada vai parar à albufeira da segunda central. Quando Gouvães precisa novamente de produzir eletricidade, a água turbinada anteriormente é bombada e regressa à sua albufeira. Desta forma, a água nunca se perde do sistema e pode ser reutilizada várias vezes.

“O sistema de bombagem vai ser muito necessário porque está a haver uma mudança no sistema da geração de eletricidade: antes tínhamos centrais mais convencionais, agora temos centrais que dependem do vento e do sol. São necessárias centrais no sistema que deem estabilidade ao sistema elétrico”, acrescenta este responsável.

Quando estiver totalmente concluído, o complexo do Tâmega terá capacidade para produzir 1.766 GWh por ano, o suficiente para satisfazer as necessidades energéticas dos municípios vizinhos e das cidades de Braga e Guimarães (440.000 famílias).

A inauguração oficial do projeto vai ter lugar em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, esta segunda-feira com a presença do primeiro-ministro António Costa e do presidente da Iberdrola Ignacio Galan.

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