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Maior desafio do próximo século será reconciliar a biodiversidade com a economia, defende Comissão Europeia

Durante a terceira edição do Blue Bio Value, John Bell, um dos membros da Direção-Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia considerou que o próximo passo da transição sustentável será reconciliar a biodiversidade com a economia. “Essa vai ser a tarefa mais desafiante do próximo século”, vincou.
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29 Outubro 2020, 16h54

As alterações climáticas devem ser vistas como uma oportunidade para potenciar a economia azul, um indicador que será determinante e fundamental para as gerações futuras. Esse foi a principal conclusão a que se chegou durante a terceira edição do Blue Bio Value que decorreu, esta quinta-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian.

No evento, que contou com a presença de Carlos Moedas, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e José Soares dos Santos, Chairman da Fundação Oceano Azul, esteve presente também um dos membros da Direção-Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia, John Bell que salientou, durante a sua intervenção, que as necessidades urgentes dos mares, rios e vias hídricas não estão a ser correspondidas numa altura em que as alterações climáticas ganham uma influência mais expressiva.

“Estes meios encontram-se em situações críticas e pedem que sejam apresentadas soluções inovadoras que mudem o destino das nossas águas e criem uma nova maneira de vivermos de forma sustentável”, informou acrescentando que cerca de dois terços dos oceanos no planeta enfrentam uma crescente pressão provocada pelo aquecimento global e mais de um milhão de espécies enfrentam riscos de extinção.

O diretor da Healthy Planet considera que o próximo passo é reconciliar a biodiversidade com a economia. “Essa vai ser a tarefa mais desafiante do próximo século. Aquilo que conhecemos hoje como bioeconomia vai passar de nicho a norma muito mais rápido do que aquilo que pensamos”, vincou.

O Pacto Ecológico Europeu, apresentado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyn, no inicio deste ano, poderá impulsionar essa transformação fundamental, já que vai potenciar a forma como trabalhamos com os recursos naturais e geramos riqueza a partir daí.

Para atingir o principal objetivo do Green Deal, que visa reduzir a emissão de CO2 em 55% até 2030, e atingir a neutralidade carbónica até 2050, entre os 27 membros do União Europeia, John Bell salienta que a cooperação entre países desempenhará um papel chave.

É desta forma que a inovação e as iniciativas apresentadas no Blue Bio Value surgem como um fator importante na história. “Estamos num momento critico da nossa transição. A ciência deixou apenas de ser um observador e é agora um ator relevante nas decisões políticas”, relembrou.

Promovido pela Fundação Oceano Azul e pela Fundação Calouste Gulbenkian, a terceira edição do Blue Bio Value é um programa de apoio a projetos e ideias que possam ser transformadas em oportunidades de negócio e desenvolvam produtos ou serviços sustentáveis, que contribuam para uma nova economia assente na defesa e na preservação do Oceano. Nesta edição, participam startups com soluções e negócios ligados, por exemplo, à descarbonização, ao restauro de ecossistemas, à dessalinização, à produção sustentável de algas para diferentes fins e à utilização de desperdícios de atividades piscatórias.

Os vencedores receberão um prémio que poderá ir até 45 mil euros, para aplicarem no desenvolvimento dos seus projetos, na plataforma de serviços e infraestruturas nacionais Blue Demo Network.

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