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Mobilidade elétrica: maiores construtores preparam novos modelos para atacar o mercado

Os maiores construtores mundiais estão a apostar na mobilidade elétrica e têm como objetivo disputar a liedrança com a Tesla.
31 Maio 2021, 08h00

Todos os principais construtores automóveis estão a apostar no desenvolvimento do segmento dos veículos elétricos (VE), respondendo ao aumento da procura. Segundo o último Electric Vehicle Index, da consultora McKinsey, só em 2019 foram lançados 143 novos modelos de automóveis elétricos, até 2022 espera-se que entrem outros 450 modelos no mercado e os construtores já preparam o que se segue. É o caso da Stellantis, liderada pelo português Carlos Tavares, que anunciou, na última reunião com acionistas, estar a desenvolver quatro plataformas para automóveis elétricos das suas 14 marcas, que incluem a Opel, Alfa Romeo, Fiat, a Peugeot e a Jeep. Os novos modelos terão autonomias de até 800 quilómetros.

O gigante japonês Toyota tem vindo a preparar a sua estratégia para este segmento ao longo dos últimos 20 anos, prevendo um aumento gradual das vendas na década entre 2020 e 2030, compensando a erosão do mercado de veículos convencionais, com motores a combustão.

O resultado prático deste percurso já está à vista, materializado no conceito da submarca bZ – “beyond Zero-emission”, que levou a Toyota a ultimar o seu SUV bZ4X Concept, que utiliza as baterias de última geração da marca nipónica, terá tração integral e será lançado no mercado a meio do ano de 2022, num projeto desenvolvido em parceria com a Subaru.

Com a bZ, a Toyota prossegue a estratégia pioneira da produção em massa de veículos amigos do ambiente, iniciada em 1997 com a comercialização de veículos híbridos e, posteriormente, elevada aos padrões muito sofisticados do modelo Mirai, lançado em 2015, e que foi o primeiro veículo de produção industrial que incorporou a tecnologia das pilhas de combustível a hidrogénio “hydrogen fuel cell”.

A sua rival alemã – e não menos gigante, Volkswagen (VW) – já preparou produtos com baterias capazes de responderem à concorrência, apresentando o ID.3 com bateria de 77 kWh, que lhe assegura uma autonomia de até 542 km, na versão Tour, por um preço de venda ao público (PVP) de 48.567 euros em Portugal. A estratégia da VW para o ID.3 inclui uma oferta em que é possível escolher baterias entre 58 kWh ou 77 kWh (quanto maior for a capacidade da bateria, mais elevado será o preço do VE, mas também terá maior autonomia). A VW refere que em breve terá uma bateria mais pequena disponível. Para todos os modelos ID, a VW garante, em caso de utilização normal do VE, as baterias por oito anos ou 160 mil km, assegurando que a capacidade utilizável da bateria não descerá abaixo dos 70%. O PVP de base do ID.3 na versão City ronda os 35.414 euros no mercado português.

O ID.3 introduziu a nova era da mobilidade elétrica na VW, baseada na plataforma modular elétrica MEB que permite alargar a produção a outros VE diferentes, como é o caso do ID.4 que também dispõe de baterias de 52 kWh, nas versões com 170 cavalos (cv) e baterias de 77kWh nas versões com 204 cv de potência. As autonomias dos ID.4 variam entre 360 e 520 km e os PVP no mercado português vão dos 39.354 euros para a versão City até aos 58.800 euros para a versão Max.

 

O reino elétrico da Tesla
Estes são os principais produtos no segmento da mobilidade elétrica dos dois maiores construtores mundiais de automóveis. Contudo, no mercado dos automóveis elétricos, a coroa pertence à Tesla que entregou 499.550 veículos no ano passado, mais 36% que em 2019, com o best Zeller Model 3, o mais vendido carro elétrico no mundo, a representar cerca de 90% deste volume.

A empresa liderada por Elon Musk tem aperfeiçoado os modelos que já tem disponíveis no mercado, como o Model 3, que viu a sua autonomia atualizada de 580 para 614 km. Novidades mais significativas estão guardadas para 2021, depois da confirmação dos novos Model S e Model X, linha 2021, de que o construtor norte-americano está já a aceitar encomendas, e que terão um design renovado, novos equipamentos e uma autonomia reforçada, que poderá atingir os 840 km.

O desempenho registado pela Tesla é atribuído ao crescimento que a marca teve no mercado da China, o maior do mundo para os veículos elétricos, onde começou a produzir o Model 3 há cerca de 16 meses.

O crescimento da empresa norte-americana no mercado europeu continua a ser relevante, apesar da concorrência por parte de marcas como a VW, Volvo, Nissan, Mercedes, BMW e Fiat.

As vendas globais de EV da VW cresceram 158% no ano passado, liderando as vendas na Alemanha e na Holanda, onde conquistaram cerca de 23% do mercado de veículos elétricos a bateria.

As vendas da Daimler, dona da Mercedes-Benz, mais do que triplicaram, crescendo 228% e ultrapassando os 160 mil híbridos plug-in e veículos totalmente elétricos em 2020. O peso deste segmento na Mercedes-Benz aumentou de 2% em 2019 para mais de 7% em 2020.

Se olharmos para os números globais da indústria automóvel, segundo dados do consultor internacional Focus2Move, em 2020 a marca Toyota registou o maior número de automóveis vendidos em todo o mundo, com 7,86 milhões de veículos, correspondentes a uma quota de mercado de 10,5%, o que traduz uma quebra de 12,2% face a 2019.

A VW ficou em segundo lugar, com 5,73 milhões de unidades, uma quota de mercado global de 7,6% e uma quebra das vendas de 16,8%. A Ford surge em terceiro lugar no ranking, com 4,18 milhões de veículos vendidos, menos 18,3% do que em 2019.

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