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Maioria dos portugueses defende que a UE deveria ter mais meios financeiros

Os portugueses defendem que o orçamento comunitário deveria ser empregue sobretudo em questões relacionadas com o emprego e saúde, segundo o Eurobarómetro. Apenas 9% dos inquiridos defendem que a prioridade deve ser a proteção ambiental, em linha com o que foi definido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
19 Fevereiro 2020, 07h15

Mais de metade dos cidadãos portugueses concordam que a União Europeia (UE) deveria ter mais meios financeiros, tendo em conta os seus objetivos políticos. Os portugueses contrariam as prioridades da Comissão de Ursula von der Leyen e defendem que o orçamento comunitário deveria ser empregue sobretudo em questões relacionadas com o emprego e saúde.

Segundo os dados do Eurobarómetro divulgado esta terça-feira, 59% dos portugueses considera que o orçamento comunitário deve ser reforçado com mais meios financeiros. A percentagem fica acima da média europeia e contraria a visão partilhada por 6% dos portugueses, que associam o projeto europeu a “um desperdício de dinheiro”.

Para 47% dos cidadãos nacionais, o orçamento comunitário deve incidir em questões relacionadas com o emprego, saúde pública e questões sociais. Outros 15% dos portugueses consideram que o foco deve ser a educação e a cultura. Apenas 9% dos portugueses defendem que a prioridade deve ser a proteção ambiental, em linha com o que foi definido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que tem a arquitetura do Pacto Ecológico Europeu como principal meta.

A questão do financiamento da UE tem gerado controvérsia entre os Estados-membros da UE, na discussão do Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027. Em cima da mesa de discussão estão duas propostas: a do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a da presidência finlandesa.

Charles Michel propõe que a UE seja financiada com um total de 1.094 mil milhões de euros de contribuições dos Estados-membros, equivalente a 1,074% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) da UE, enquanto a proposta da presidência finlandesa prevê que a UE seja financiada com 1,07% do RNB comunitário. As duas propostas prevêem, no entanto, uma redução acentuada da despesa, o que poderá ter um impacto negativo no que toca à política de coesão e desenvolvimento.

O primeiro-ministro português, António Costa, considera que as ambas as propostas são negativas para Portugal e não correspondem “às necessidades da Europa” e “à necessidade de preservar a política de coesão”. António Costa acredita, no entanto, que o Governo encontrará “nos parceiros sociais sintonia de posições” porque “nesta matéria estamos todos juntos na defesa do que é o interesse nacional”.

As duas propostas ficam ainda muito aquém dos 1,3% do RNB defendidos pelo Parlamento Europeu, que terá a última palavra no processo negocial do orçamento da UE a longo prazo. Antes disso, o documento terá ainda de ser aprovado por unanimidade no Conselho Europeu e só depois segue aprovação dos eurodeputados. A intenção é que o Orçamento comunitário entre em vigor em 1 de janeiro de 2021.

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