[weglot_switcher]

Mais bem pagos da BBC aceitam redução salarial para diminuir disparidade entre homens e mulheres

Quatro dos principais rostos masculinos da BBC concordaram em diminuir os salários, em reposta à disparidade salarial entre homens e mulheres na estação pública de radiotelevisão britânica.
26 Janeiro 2018, 11h46

Os jornalistas da BBC Jeremy Vine e John Humphrys, ambos radialistas, Huw Edwards, apresentador do noticiário na televisão, e Jon Sopel, editor principal na América do norte, aceitaram reduzir os salários, para que a diferença salarial entre homens e mulheres diminua na emissora pública de radiotelevisão , noticiou a própria BBC esta sexta-feira.

A medida surgiu na sequência da renúncia da jornalista Carrie Gracie ao cargo de principal editora da BBC China, depois de ter descoberto que recebia um salário muito inferior ao que os seus colegas homens, em iguais funções (equipa editorial internacional), auferiam.

O valor da redução salarial de Jeremy Vine (mais de 800 mil euros anuais), John Humphrys (mais de 685 mil euros), Huw Edwards (630 mil euros) e Jon Sopel (mais de 230 mil euros),não foi, contudo, revelado.

O caso Carrie Gracie

No dia 8 de janeiro deste ano, Carrie Gracie, renunciou depois de observar que dois dos seus colegas masculinos, editores internacionais, auferiam um salário substancialmente superior ao dela. Numa carta aberta ao público da BBC, a aclamada jornalista britânica denunciou “uma cultura salarial secreta e ilegal” que discrimina sistematicamente as mulheres. Carrie Gracie estava na BBC há trinta anos e era um dos rostos mais emblemáticos da emissora pública de radiotelevisão.

O episódio de Gracie sucedeu-se após a BBC ter publicado em julho de 2017 uma lista dos jornalistas que recebiam mais de 171 mil euros, por ano. Apenas um terço da lista era composta por mulheres, sendo que as primeiras sete posições eram ocupadas por homens.

Em comparação o jornalista masculino mais bem pago da BBC – Chris Evans, com 2,5 milhões euros anuais – recebia quatro vezes mais do que a jornalista mais bem paga – Claudia Winkleman.

A informação provocou uma reação conjunta de 40 das figuras mais populares da BBC, que instaram, por carta, o diretor geral Tony Hall, a efetuar uma mudança na política salarial.

Também um relatório interno da BBC, publicado em outubro de 2017, revelou que a diferença salarial de género na BBC é de 9,3%, em comparação com uma média nacional de 18,1%.

A notícia da BBC surge semanas antes de Carrie Gracie e Tony Hall irem testemunhar, perante um comité parlamentar, no Palácio de Westminster, sobre a discriminação salarial de género existente na função pública do Reino Unido.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.