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Mais de mil famílias beneficiam de empréstimo obrigacionista de 9 milhões de euros dos municípios cabo-verdianos

Os dados foram avançados à agência Lusa, na cidade da Praia, pelo presidente da Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos (ANMCV), Herménio Fernandes, um dia após o anúncio da subscrição do empréstimo obrigacionista de 920 milhões de escudos (9 milhões de euros) junto da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC).
3 Novembro 2021, 13h45

Um total de 1.080 famílias cabo-verdianas vão beneficiar dos projetos financiados por um empréstimo obrigacionista de 9 milhões de euros contraído pelos municípios junto da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC), disse hoje fonte oficial.

Os dados foram avançados à agência Lusa, na cidade da Praia, pelo presidente da Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos (ANMCV), Herménio Fernandes, um dia após o anúncio da subscrição do empréstimo obrigacionista de 920 milhões de escudos (9 milhões de euros) junto da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC).

Para o também presidente da Câmara Municipal da Calheta de São Miguel, na ilha de Santiago, foi um “dia marcante” para os municípios de Cabo Verde, que inauguraram a sua participação na bolsa do país.

Os valores subscritos vão financiar obras em todas as ilhas e municípios, no âmbito do Programa de Reabilitação, Requalificação de Acessibilidades (PRRA), do Governo.

“Os fundos que nós mobilizamos através da BVC serão canalizados para os projetos de reabilitação de habitação das famílias vulneráveis. Estamos a falar de 1.080 beneficiários em todas as ilhas e municípios do país, e também para financiar obras de requalificação ambiental e urbana e de desencravamento de localidades”, precisou.

“Foi um dia ímpar e isto marca uma nova fase da ANMCV em que nós vamos continuar a trabalhar, a partir desta experiência, noutros instrumentos para mobilização de fundos para o financiamento do desenvolvimento económico local”, garantiu.

Para isso, disse que foi criada a Sociedade de Promoção de Desenvolvimento Local (Soprodese), de que os municípios são sócios e estão a ser angariados novos parceiros, cuja missão principal é mobilizar fundos, a nível nacional e internacional, para financiar os municípios, em projetos nos domínios da água, habitação, saneamento básico, dinamização do comércio e do turismo.

“E financiar investimentos privados porque nós precisamos de investimentos privados em todos os municípios e ilhas do país para aumentar a competitividade do território”, salientou o líder associativo, para quem a operação foi um “grande sucesso”, tendo a procura superado a oferta.

“O que demonstra também a vitalidade do sistema financeiro cabo-verdiano e a confiança que existe na economia cabo-verdiana”, notou Herménio Fernandes, considerando que a operação vai ajudar os municípios na “retoma gradual” da economia e mitigar os constrangimentos e dificuldades que têm enfrentado em matéria de financiamento de projetos.

Nas declarações à Lusa, o presidente da ANMCV garantiu que dentro de uma semana os 22 municípios do país já podem começar a receber os fundos, já que os valores já estão na conta conjunta que a associação gere com as Infraestruturas de Cabo Verde.

“Este processo será célere e nós temos todo o interesse que seja célere no sentido de resolver os constrangimentos e as dificuldades que os municípios estão a enfrentar”, concluiu o autarca micaelense.

A BVC informou em comunicado que o empréstimo obrigacionista teve como finalidade a mobilização de recursos correspondentes aos valores a receber pelas câmaras municipais para finalização das obras no âmbito programa governamental PRRA.

 

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