Catarina Jervell é a nova diretora geral da Majora, empresa histórica de jogos de tabuleiro que acompanharam várias gerações de portugueses. Em 2016 já estarão disponíveis no mercado novos produtos Majora e prevê-se que no final do primeiro ano de presença do mercado, a Majora esteja a faturar um milhão de euros, anuncia a Edge SGPS, […]
Catarina Jervell é a nova diretora geral da Majora, empresa histórica de jogos de tabuleiro que acompanharam várias gerações de portugueses. Em 2016 já estarão disponíveis no mercado novos produtos Majora e prevê-se que no final do primeiro ano de presença do mercado, a Majora esteja a faturar um milhão de euros, anuncia a Edge SGPS, que adquiriu a Majora o ano passado.
Neste novo desafio, à frente da Majora, Catarina Jervell pretende fazer renascer a marca que completou recentemente 76 anos de existência. O principal objetivo é encontrar parceiros, tanto industriais como criativos, para desenvolvimento e revitalização dos produtos Majora, a identificação e análise de oportunidades, a estruturação e a montagem de toda a operação.
Anteriormente, Catarina Jervell era responsável pela Direção de Excelência da PT Empresas onde teve como principal função garantir a qualidade de serviço dos clientes empresariais da PT. Catarina iniciou a sua carreira como consultora na Accenture e é licenciada em Economia pela Católica Lisbon School of Business & Economics.
”Ser convidada para dar vida à Majora é um grande desafio e acredito que a minha experiência vai contribuir para dar continuidade ao prestígio da marca. É, de facto, um orgulho poder fazer parte deste projeto onde tenho como ambição continuar a marcar os portugueses com a elevada qualidade dos produtos Majora”, refere Catarina Jervell.
A marca icónica foi adquirida, em 2014, pela Edge SGPS, vocacionada para o investimento em empresas de elevado potencial de crescimento, e representou um investimento de 1,6 milhões de euros, anunciou a empresa na altura.
Nesse ano, a fabricante de jogos celebraria 75 anos, mas tinha deixado de produzir jogos em fevereiro de 2013. A Edge SGPS, holding de investimentos liderada por José Luís Pinto Basto, decidiu apostar no relançamento da marca que tem acompanhado várias gerações de portugueses.
José Luís Pinto Basto assinala que “as memórias das crianças agarradas aos jogos de tabuleiro a fazer perguntas ao Sabichão ou a jogar ao Jogo da Glória fazem parte de um passado que nós queremos trazer para o presente e, principalmente, para o futuro. Eu próprio me lembro de jogar ao Sabichão e a muitos outros jogos enquanto era pequeno”.
O negócio inclui a compra da marca Majora e respectivo museu e de todo o mundo de entretenimento associado à marca e que faz parte do imaginário de muitos portugueses: o Sabichão, o MIKADO e o Jogo da Glória são apenas alguns exemplos.
A Edge SGPS assinalava, aquando do anuncio da aquisição em 2014, que a nova vida da Majora iria incluir uma componente digital que “nos dias de hoje não pode nem deve ser desprezada”, mas o objetivo é voltar a reunir pais e filhos à volta de jogos de tabuleiro.
“Acreditamos que a aposta na Majora é também uma aposta na valorização dos momentos em família, já que os jogos nos tablets e nas consolas tendem a isolar as crianças”.
Mas encontra agora um mercado repleto de concorrentes. Os jogos de tabuleiro voltaram a entrar nas casas de muitas famílias há alguns anos. A portuguesa MesaBoardGames, criadores de jogos como o “Caravelas” ou o “Lixo”, ou empresas que representam jogos internacionais como a Devir com o jogo de estratégia Catan.
O investimento na Majora segue uma linha estratégica da Edge SGPS de aposta em marcas de prestígio portuguesas e da qual a marca Labrador é um exemplo. José Luís Pinto Basto acredita no potencial das empresas e marcas portuguesas, mesmo as que, por dificuldades de gestão ou financeiras, acabaram por não conseguir vingar, como foi o caso da Majora, que em fevereiro de 2013 deixou de produzir os míticos jogos.
Mafalda Simões Monteiro/OJE
