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Malásia: testemunhas do caso Kim Jong-nam desapareceram

Irmão do líder da Coreia do Norte foi assassinado num aeroporto na Malásia em fevereiro de 2017. O caso serviu desde então para as mais diversas especulações.
10 Janeiro 2019, 07h30

A polícia da Malásia está à procura de duas mulheres indonésias e dois homens malaios que são testemunhas no julgamento de Siti Aisyah, também indonésia, e Doan Thi Houn, vietnamita, acusadas de terem assassinado Kim Jong-nam, irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, morto na Malásia em 13 de fevereiro de 2017.

As autoridades afirmaram que “até o momento, as quatro testemunhas não foram encontradas, mas o Departamento de Imigração descobriu que ainda estão na Malásia” e distribuiu fotos e detalhes para ajudar ao seu reconhecimento.

O Supremo Tribunal, que julga o caso, decidiu que a defesa das duas acusadas deveria começar em janeiro deste ano e decorreria até abril, mas a falta das testemunhas pode implicar mais um atraso no processo.

No dia da sua morte, Kim Jong-nam foi abordado por duas mulheres, Siti e Doan, na zona das partidas do aeroporto de Kuala Lumpur, capital da Malásia, tendo-lhe colocado as mãos no rosto. Momentos depois, o norte-coreano morria envenenado. Como seria de esperar, o caso rapidamente assumiu contornos políticos e as teorias da conspiração surgiram de todos os lados.

Uma delas, difundida pelo regime da Coreia do Norte, dizia que o assassinato de Kim Jon-nam fazia parte de um complô contra a família que assume o poder no país desde os anos 50 do século passado. A esta teoria sobrepôs-se uma outra segundo a qual o desaparecimento do norte-coreano teria sido perpetrado pelo próprio irmão – interessado em fazer desaparecer familiares que contra ele tivessem alguma reserva.

Kim Jong-nam, mais velho que o irmão, chegou a ser considerado o sucessor do pai e do avô à frente do regime, até ter repentinamente caído em desgraça na Coreia do Norte, sem que fora das fronteiras alguma vez tivesse ficado completamente esclarecido o que se poderá ter passado no país mais fechado do mundo.

Para aumentar ainda mais a estranheza do caso, as duas acusadas afirmaram desde a primeira hora que eram inocentes e que tinham sido convencidas por um terceiro elemento a abordarem Kim Jong-nam no âmbito da gravação de um programa televisivo – uma espécie de ‘Apanhados’ – tendo por isso sido enganadas.

O julgamento corre há vários meses e passou pelas mais diversas peripécias diplomáticas, com a Coreia do Norte e a Malásia a entrarem por diversas vezes em rota de colisão.

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