Milhares de manifestantes saíram este domingo, 4 de dezembro, às ruas de Malta para protestarem contra a lei anti-aborto criada pelo governo local, informa a agência “Reuters”.
Aquele que foi considerado o maior protesto dos últimos anos no país teve a presença do bispo católico de Malta e líder da oposição conservadora, tendo sido liderado pela ex-presidente de centro-esquerda, Marie Louise Coleiro Preca.
Malta é o único país da União Europeia que proíbe o aborto em todas as circunstâncias, mesmo quando a vida ou a saúde da mulher corre perigo por causa da sua gravidez.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Chris Fearne, apresentou uma medida no parlamento para que os médicos não corram o risco de cumprirem uma pena de prisão até quatro anos, caso a sua intervenção para ajudar as mulheres com problemas graves de saúde cause o fim da gravidez.
A oposição de centro-direita, a Igreja Católica e algumas organizações não governamentais (ONG’s) descreveram esta lei como desnecessária, uma reivindicação rejeitada pelo Partido Trabalhista, de centro-esquerda que governa atualmente o país com maioria absoluta.
Estes protestos para que a lei do aborto seja alterada acontecem depois de uma turista norte-americana, Andrea Prudente, ter visto negado em junho um pedido para interromper a gravidez. Os médicos disseram que a sua vida estava em risco, tendo a cidadã acabado por ser transferida para a Espanha, onde fez o aborto.
Mais tarde, Andrea Prudente processou o governo de Malta, pedindo aos tribunais que declarassem que a proibição do aborto em todas as circunstâncias viola os direitos humanos. O caso ainda não chegou a julgamento.