O investimento do fundo norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR) na Greenvolt é uma boa notícia para a energética portuguesa, defendeu o presidente executivo da empresa.
O fundo vai ser o único subscritor de uma emissão no valor de 200 milhões de euros de obrigações que podem ser convertidas em ações da energética a partir do final do terceiro ano se os títulos da cotada atingirem os 10 euros, permitindo-lhe assumir uma posição de 12,5%.
“Este investidor é muito bom. Pode trazer apoio financeiro e novas oportunidades de negócios”, disse João Manso Neto numa chamada com analistas na sexta-feira, destacando que o KKR é um “investidor de longo prazo”. “Isto não é só dinheiro, mas uma parceria diferente”.
Com 500 megawatts prontos a avançar, o gestor apontou que o investimento dos americanos permite “avançar mais depressa”: “queremos ser mais ambiciosos”, resumiu.
A Greenvolt conta com um pipeline de 6,7 gigawatts, com 2,9 gigawatts em estado avançado de desenvolvimento até ao final de 2023.
“É um grande investidor global, de longo prazo, como gostamos. Tem muita experiência na transição energética” e “vai trazer o cash necessário”, acrescentou.
O KKR vai indicar um membro não executivo para o board da Greenvolt que aumenta assim de 11 para 12 membros.
“Todos os grandes acionistas [da Greenvolt] concordaram com este investimento. Os acionistas estão muito felizes e o KKR está muito entusiasmado com a possibilidade de estar conosco”, destacou Manso Neto.
Estas obrigações a sete anos contam com uma taxa de juro anual de 4,75%, vão ser subscritas integralmente pelo fundo da KKR e não serão admitidas à negociação na Euronext Lisboa. Com a conversão, serão emitidas 20 milhões de ações e a KKR passa a deter 12,% da Greenvolt.
Desde 2015 que a KKR já “investiu mais de 15 mil milhões de dólares em instrumentos de capital a nível mundial para investir em ativos renováveis, tais como a energia solar e eólica”.