[weglot_switcher]

Manuel Caldeira Cabral: “Web Summit também quer manter casamento com Portugal”

O ministro da Economia afirma que o balanço da segunda edição do evento em Lisboa é “excelente”. Adianta que a cimeira está a dar um enorme impulso ao empreendedorismo, com o apoio do Governo a resultar num movimento que atrai investimento.
  • Cristina Bernardo
10 Novembro 2017, 06h55

No fim desta segunda edição da Web Summit em Lisboa, qual é o balanço que faz?
O balanço é excelente. As coisas funcionaram todas muito bem. Veio mais gente que no ano passado – que já tinha sido um recorde – e este ano bateram-se todos os recordes.
E o que a Web Summit nos dá como feedback é que, além de vir mais gente, está a subir muito a qualidade das pessoas que vêm. Ou seja, em vez de dois mil jornalistas vieram 2.500, mas vieram muitos mais jornalistas que são editores e que são seniores.
E a mesma coisa acontece com os investidores, vieram mais investidores, eventualmente melhores investidores.
Mas continuaram a estar também muitas empresas pequenas e penso que isso faz parte da Web Summit.
É óbvio que há o impacto direto, que se estima possa chegar aos 300 milhões de euros para a economia portuguesa.
Não é só no turismo, é em todas estas empresas de atividade, que normalmente têm nesta altura um momento fraco. A própria hotelaria estar em novembro com ocupações e preços de agosto é fantástico.

O acordo com a Web Summit é de três anos com a opção de mais dois anos. Paddy Cosgrave, CEO da empresa, disse que o apoio de Portugal tem sido incansável e que o casamento é perfeito. Vai haver uma extensão desse casamento? O Governo já está a negociar isso?
O que nós queremos é que o casamento se mantenha, mas isso é também o que quer a Web Summit. Nesse sentido, para nós a Web Summit está a dar a Portugal um enorme impulso ao empreendedorismo, a mobilizar muitos portugueses e a ser muito importante para a economia.
O que a Web Summit está a fazer ao ecosistema português é muito importante e o efeito que está a ter, em termos de trazer investidores e empresas tecnológicas para Portugal, é um efeito brutal. Já o ano passado foi anunciado o investimento da Mercedes, este ano foi anunciada uma grande plataforma alemã que se instalou cá, a Zalando. Eu estive com o investidor da Zalando e ele próprio vem viver para Portugal.
Mas há várias empresas que se estão a expandir em Portugal e há imensas startups que, sem ninguém dar por nada, estão agora a ultrapassar os dois mil trabalhadores e que estão a contratar centenas de trabalhadores por mês. E esta, de facto, é uma realidade muito diferente da que estávamos habituados em Portugal.

O papel do Governo tem sido de co-financiar, promover, dar apoio institucional. Qual é o próximo passo em relação a isso?
O que temos feito é tudo para garantir que isto funciona bem e o que está fazer no ecosistema é o que o que o ecosistema pedia. Ajudar no financiamento, na organização das incubadoras, na legislação e na parte fiscal para termos um ecosistema mais vibrante.
E o que se nota no empreendedorismo, no surgimento de novas startups, no crescimento das que já existiam, é que um movimento extremamente entusiasmante e positivo. É isso que os investidores reconhecem e muitos investidores, que há três ou quatro anos não estavam a pensar pôr Portugal no radar, estão hoje à procura de investimentos no país.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.