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Manuel Pinho afirma que perdeu uma “fortuna incalculável” por ter sido ministro da Economia

Manuel Pinho está a ser investigado desde 2017, por suspeitas de corrupção envolvendo a EDP e o Grupo Espírito Santo, e encontra-se, desde quinta-feira, em prisão domiciliária, tenho sido alvo da mais alta caução da justiça portuguesa, de seis milhões de euros.
18 Dezembro 2021, 09h02

O antigo ministro da Economia Manuel Pinho, que é arguido um processo por suspeitas de corrupção, afirmou, numa entrevista ao jornal Expresso, que foi um erro ter aceitado integrar o governo, porque deixou de ganhar dinheiro e está, agora, a contas com a justiça.

Manuel Pinho foi ministro da Economia e Inovação entre março de 2005 e julho de 2009, integrando o XVII Governo Constitucional, de que José Sócrates foi primeiro-ministro. Antes, foi quadro do Banco Espírito Santo (BES), durante uma década.

Pinho está a ser investigado desde 2017, por suspeitas de corrupção envolvendo a EDP – Energias de Portugal e o Grupo Espírito Santo (GES), e encontra-se, desde quinta-feira em prisão domiciliária, tenho sido alvo da mais alta caução da justiça portuguesa, de seis milhões de euros.

Na entrevista, feita quando o antigo ministro estava já em prisão domiciliária e publicada na edição do semanário deste sábado, 18 de dezembro, Manuel Pinho diz ter sido um erro ter integrado o governo.

“É óbvio que não fiz bem. É evidente que me prejudiquei imenso em todos os aspetos. Não só perdi uma fortuna incalculável, como agora estou nesta situação. Uma pessoa tem de reconhecer quando erra”, afirmou.

O antigo ministro é suspeito de ter sido subornado para beneficiar o GES e a EDP, mas recusa que tenha recebido dinheiro que não lhe fosse devido, assim como nega qualquer tipo de favorecimento da elétrica.

“Nego ter recebido um euro que seja do BES ou do GES que não fosse devido”, garantiu.

Questionado sobre se a EDP não saiu beneficiada de qualquer decisão tomada enquanto

ministro da Economia, Pinho negou. “Pelo contrário. Não foi por eu ter nada contra a EDP, mas fazia parte do programa do Governo criar mais concorrência. Foram tomadas várias decisões que prejudicaram a EDP, no sentido de lhes criar um ambiente mais competitivo”, disse.

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