[weglot_switcher]

Manuel Pizarro: “Não pedi nenhum tratamento de exceção”

O ministro da Saúde admitiu conhecer a pessoa em causa mas nega que tenha pedido qualquer tratamento de exceção. O jornal “Público” avança que Manuel Pizarro terá exercido influência junto do presidente da Câmara Municipal de Gaia para favorecer militante do PS.
19 Maio 2023, 11h17

Manuel Pizarro, ministro da Saúde, reagiu esta sexta-feira ao eventual pedido para que um militante do PS fosse transferido para a Câmara Municipal de Gaia e garantiu que não pediu nenhum tratamento de exceção para esse funcionário.

O ministro da Saúde terá metido uma cunha para transferir um militante do PS para a Câmara Municipal de Gaia, avança o “Público” esta sexta-feira. A mesma publicação acrescenta que Manuel Pizarro aparece como suspeito no inquérito que tem o presidente da autarquia de Gaia como arguido.

O “Público” refere que Manuel Pizarro, quando era eurodeputado e vereador na Câmara do Porto, terá tentando meter uma cunha ao presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, para este facilitar a transferência para a autarquia de Gaia de um funcionário que trabalhava no município de Gondomar.

O beneficiário alegadamente terá sido um militante do PS que tinha sido presidente de uma junta de freguesia da cidade do Porto.

“Desconheço em absoluto essa investigação mas naturalmente estou ao dispor das autoridades judiciais para responder a tudo o que for necessário”, começou por referir o ministro da Saúde aos jornalistas. Pizarro admitiu conhecer a pessoa em causa e referiu que esta era assistente operacional: “A certa altura pediu-me ajuda porque lhe dava jeito mudar-se para a câmara de Gaia que era o local de residência. Falei com o presidente da Câmara Municipal de Gaia nesse assunto mas não pedi nada nem nenhum tratamento de exceção e nunca mais soube nada do assunto”.

O ministro da Saúde está a ser investigado por prevaricação por, alegadamente, interceder junto do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia para que abrisse um concurso para acomodar a transferência de um funcionário da autarquia de Gondomar.

Segundo um despacho do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto (DIAPRP), a que a agência Lusa teve hoje acesso, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), que é o único arguido no processo, “mediante solicitação de Manuel Pizarro, à data eurodeputado e vereador da Câmara Municipal do Porto, determinou que o município” gaiense “alterasse o seu mapa de pessoal e abrisse procedimento concursal”.

“De forma a satisfazer a pretensão de Manuel Pizarro de colocar António Fernando Silva Oliveira num posto de trabalho no município de Vila Nova de Gaia com a categoria profissional de técnico superior, categoria esta que aquele não detinha no município de Gondomar onde exercia funções”, sustenta a investigação.

Segundo o DIAPRP, “tal atuação foi unicamente motivada por aquela solicitação externa”, considerada isolada e “sem qualquer avaliação das necessidades de recursos humanos” do município de Gaia, “sendo suscetível de integrar a prática dos crimes de prevaricação ou abuso de poderes”.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.