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Marcelo, Ana Gomes ou liberdade de voto? PS vai decidir orientações para as presidenciais a 31 de outubro

O Partido Socialista ainda não formalizou o apoio a nenhuma das pré-candidaturas já anunciadas, mas há já divisões internas entre o apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa ou à ex-eurodeputada do PS Ana Gomes. Há ainda quem prefira outros candidatos, como o comunista João Ferreira, para a Presidência da República.
  • Paulo Novais/LUSA
9 Outubro 2020, 15h53

O Partido Socialista (PS) vai decidir a orientação que deverá ser seguida pelos socialistas em relação às eleições presidenciais de janeiro, na próxima reunião da Comissão Nacional, marcada para 31 de outubro. O PS ainda não formalizou o apoio a nenhuma das pré-candidaturas já anunciadas, mas há divisões internas entre o apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa ou à ex-eurodeputada do PS Ana Gomes.

“O ponto único da ordem de trabalhos é a análise da situação política e as eleições presidenciais”, lê-se no anúncio da convocatória do presidente do Partido Socialista, Carlos César, para uma reunião da Comissão Nacional dos socialistas. A reunião dos membros do órgão máximo do PS entre congressos está marcada para o cineteatro Capitólio, no Parque Mayer, em Lisboa, a partir das 14h30, no último dia do mês de outubro.

A convocatória para decidir o posicionamento do PS em relação às presidenciais surge depois de o secretário-geral do partido, António Costa, ter dado a entender, numa visita à Autoeuropa em maio, que apoiaria a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa (militante do PSD) à Presidência da República. O lançamento de Ana Gomes (militante do PS) na corrida às presidenciais veio trocar as voltas aos socialistas.

Questionado sobre a candidatura de Ana Gomes e um eventual apoio do PS, o secretário-geral adjunto dos socialistas, José Luís Carneiro, remeteu declarações para “hora própria” e sublinhou que as candidaturas presidenciais não são “patrocinadas pelos partidos políticos”. Ao que o JE apurou, a liberdade de voto parece, no entanto, ser o princípio que reúne mais consenso entre os membros da Comissão Nacional do PS.

Na formalização da candidatura, a 10 de setembro, Ana Gomes referiu que esperou “durante meses” que o PS avançasse com um candidato à Presidência da República e que, tendo em conta a demora, decidiu avançar em defesa da democracia e contra os “interesses instalados” e em nome do “campo do socialismo democrático e progressista”.

A candidatura de Ana Gomes conta já com alguns apoios dentro do PS, como o antigo líder parlamentar e ex-eurodeputado socialista Francisco Assis, e do líder da tendência minoritária dentro da Comissão Política do PS, Daniel Adrião. Também o ex-candidato presidencial e antigo deputado eleito pelo PS Henrique Neto já veio dizer que é uma candidatura “potencialmente vencedora” e Paulo Pedroso, ex-ministro do PS (que entretanto se desfiliou do partido) escreveu no Twitter que “há muito tempo” que “não via o líder da extrema-direita tão nervoso”.

Fora do partido, Ana Gomes já recebeu também o apoio do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que destacou a diplomata e ex-eurodeputada como uma candidata “forte e independente” e a única que é “progressista, humanista, europeísta” e “vai ao encontro dos valores do PAN e sente a emergência climática que vivemos e também as preocupações dos nossos jovens”.

Já Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda não anunciou se será recandidato, conta desde já com o apoio do Partido Social Democrata (PSD). Assim que anunciar a recandidatura, o CDS-PP já se comprometeu também a apoiar o Chefe de Estado num novo mandato a Belém. Da parte do PS, conta também com o voto de ex-presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, e do atual autarca lisboeta Fernando Medina.

Entre os socialistas, há também quem já tenho assumido que vai apoiar a candidatura do candidato do Partido Comunista Português (PCP), João Ferreira, como foi o caso da deputada Isabel Moreira.

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